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Sociedade

Faleceu o escritor Fernando Miguel Bernardes, natural de Gândara dos Olivais

A vida do escritor radicado em Lisboa ficou marcada pela luta antifascista.

O escritor Fernando Miguel Bernardes, natural de Gândara dos Olivais, faleceu esta quinta-feira, dia 17, aos 92 anos.

Segundo informação divulgada pela União de Resistentes Antifascistas Portugueses, o funeral realiza-se este sábado, dia 19, às 13h30 no cemitério do Lumiar, em Lisboa, cidade onde estava radicado há vários anos.

Fernando Miguel Bernardes nasceu na Gândara dos Olivais, concelho de Leiria, a 14 de dezembro de 1929. Formou-se em 1970 como engenheiro geógrafo e licenciou-se depois em Matemática. Fez também um curso de pós-graduação em Cálculo Científico como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian (1971-74), na Universidade Clássica de Lisboa.

Foi professor do ensino secundário e do ensino superior, técnico superior de Sistemas Informáticos, na Lisnave, e diretor do Departamento de Ação Sociocultural no pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Almada. Foi co-fundador da Organização dos Trabalhadores Científicos, e sócio de instituições científicas e culturais como a Sociedade de Geografia de Lisboa.

Assumidamente antifascista, foi várias vezes preso, julgado e condenado, cumprindo sucessivas penas nas cadeias políticas de Coimbra, Porto, Caxias e Lisboa (Aljube). Mais tarde a Assembleia da República reconheceu o “mérito excecional da contribuição dada à defesa da liberdade e da democracia”.

Enquanto escritor, publicou diversos livros de poesia e alguns contos para a infância e juventude. São exemplos da sua vasta obra “Docas Secas”, “A enfermeira Olga”, “A imagem de Fausto”, “Uma fortaleza de resistência” e “Escrito na cela”.

Ainda no campo da literatura, foi distinguido com uma menção honrosa do Prémio Rosa Damasceno (1947) Santarém, bem como dos Prémios Calouste Gulbenkian de Literatura para Crianças (Revelação), 1982. Recebeu ainda uma distinção pelo júri do Prémio Almeida Garrett de Poesia, em 1957.

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