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Saúde

Adiado prazo para decisão sobre localização de novo hospital do Oeste

Bombarral é o concelho ideal para a futura unidade, segundo estudo encomendado pela Comunidade Intermunicipal do Oeste, mas Óbidos, Rio Maior e Caldas da Rainha defendem a instalação neste último concelho.

CHO

O ministro da Saúde foi sensível às preocupações manifestadas em relação ao estudo de localização do novo hospital do Oeste e prolongou por um mês o prazo do parecer final, disse hoje o presidente da Câmara das Caldas da Rainha.

“Fomos informados sobre esta decisão de alongar o prazo para a decisão numa audiência conjunta, [dos presidentes de câmara das] Caldas e Óbidos com o senhor ministro, onde fomos apresentar as nossas preocupações em relação ao estudo pela falta de critérios que tem, para que se possa tomar uma decisão correta e de tipologia também”, disse Vítor Marques (independente), em declarações à Lusa.

O estudo, encomendado pela Comunidade Intermunicipal do Oeste, aponta o Bombarral (no distrito de Leiria), como a localização ideal para o hospital que deverá servir todos os concelhos do Oeste, uma escolha contestada pelos municípios das Caldas da Rainha, de Óbidos e de Rio Maior, que defendem a construção do equipamento na confluência destes concelhos.

O parecer final estava previsto para o fim de março, mas, referiu Vítor Marques, os municípios das Caldas da Rainha e de Óbidos (presidido por Filipe Daniel, do PSD) conseguiram “mostrar que há muitos mais critérios a pôr na equação da localização do que aqueles que estão inscritos no estudo” atual.

Vítor Marques adiantou ainda que os autarcas estão “a preparar um dossiê com os critérios que devem ser tidos em conta para a utilização de um investimento desta natureza”.

“Trata-se de um investimento, para já, de extrema importância e de necessidade, acima dos 150 milhões de euros; um investimento que perdura no tempo mais de 30 anos. Os critérios que o estudo tem de tempo e distância são poucos”, sublinhou.

Segundo o autarca, existem muitas diferenças no estudo apresentado e nos critérios que os municípios defendem: o documento “assentou na localização de tempo e distância, o que em saúde e urgência é importante”, mas considerou apenas os utentes e não teve em conta as patologias, os profissionais de saúde, os serviços e o território.

Em relação aos terrenos, acrescentou, o estudo considerou “uns sem maturidade técnica, outros sem dimensão e outros ainda com orografias complexas”, além de que outros se encontram “perto de aterros sanitários” e outros “atravessados pela A8 [autoestrada] e pela ferrovia”.

Considerando que o documento “poderá ter algum enviesamento”, Vítor Marques lembrou também que não foram considerados serviços já instalados no território, quer de saúde pública, quer de saúde privada e de ação social, referindo que o “Oeste Norte é muito mais limitado do que o Oeste Sul nesta natureza de serviços”.

O autarca defendeu que o futuro hospital esteja bem integrado na rede hospitalar nacional, tendo em conta os serviços contíguos dos hospitais de Leiria, de Santarém, de Vila Franca e de Loures.

“Se considerarmos também estas ‘nuances’, vemos que realmente o Oeste Norte é aquele que tem menos condições, menos ofertas”, sublinhou.

No início do janeiro, o município de Rio Maior (distrito de Santarém) juntou-se aos de Óbidos e das Caldas da Rainha (Leiria) na defesa da localização do novo hospital do Oeste neste último concelho, alegando que parte da sua população é servida na unidade desta cidade.

O presidente da Câmara de Rio Maior, Filipe Santana Dias (PSD), alegou que “deslocalizar para fora do concelho das Caldas da Rainha esta unidade hospitalar” deixará cerca de 12 mil pessoas do seu concelho com “menos disponibilidade de serviços e menos qualidade de serviço, a partir do momento em que a distância ao hospital se torna maior”.

De acordo com o autarca, apesar de Rio Maior ter como referência o hospital de Santarém, “grande parte da população continua a ser servida nas Caldas da Rainha, nomeadamente nos serviços de Obstetrícia”.

Em alternativa ao Bombarral, os três municípios defendem que o novo hospital seja construído num terreno na confluência de Óbidos e Caldas da Rainha, com um área total de 196 mil metros quadrados e uma área bruta de construção de 75 mil metros quadrados, que permitirá servir uma população de perto de 360 mil pessoas dos concelhos de Torres Vedras, Alcobaça, Caldas da Rainha, Alenquer, Peniche, Lourinhã, Rio Maior, Nazaré, Bombarral, Cadaval e Óbidos.

Acessível através das Autoestradas 8 (que liga a Lisboa) e 15 (que liga a Santarém), ao Itinerário Principal 6 (que liga a Peniche) e com ligações a estações rodoviárias e ferroviárias o local, permitirá ainda a construção de 1.700 lugares de estacionamento.

O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, tendo uma área de influência constituída pelas populações dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.

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