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Sociedade

Corridas, peditório, arraial jovem e conferência marcam Semana da Cáritas em Leiria

Programa decorre até dia 12 com várias atividades solidárias abertas ao público e aos jovens em particular.

Cáritas Diocesana de Leiria está sediada junto ao Seminário de Leiria CDL

A Semana Nacional da Cáritas arranca este domingo e prolonga-se até 12 de março  com um conjunto de atividades que visam promover a reflexão sobre ação social e de angariação de fundos para financiar os projetos da instituição e apoiar pessoas em situação vulnerável.

A par do peditório que começa esta segunda-feira, dia 6, em todo o país na rua e em formato online, a Cáritas Diocesana de Leiria marca presença nas corridas e caminhadas noturnas Brisas do Lis Night Run, na quarta-feira, 8 de março, em Leiria, e Fátima Trail Team, na quinta-feira, em Fátima.

As duas iniciativas assumem esta semana um cariz solidário, estando os participantes convidados a contribuir com um alimento não perecível.

A Cáritas Jovem de Leiria, que tem promovido vários projetos 100% voluntários, associa-se a esta causa com a realização, no sábado à tarde, de um Arraial Jovem, no Mercado Santana, em Leiria.

O encontro, destinado a jovens e movimentos juvenis de toda a Diocese de Leiria, tem por objetivo “proporcionar a troca de experiências, dificuldades e soluções” e “criar um espírito de fraternidade e amizade entre os jovens”, explicam os promotores.

O programa inclui a atuação da Yellow House Band, formada por antigos monitores da Colónia Balnear da Praia do Pedrógão. As inscrições são gratuitas podendo ser efetuadas online.

A semana encerra no domingo, 12 de março, com uma missa, às 10 horas, na Igreja de Santo Agostinho, e a conferência “Social Talks”, às 14h30, no Teatro Miguel Franco, com entrada gratuita.

Participam Ângelo Valente e Sofia Nunes, do projeto artístico e comunitário “Caixa aberta”, Miguel Raimundo, da UniRaid Portugal, Joana Pereira, da associação “Para onde?”, de Marina Vieira, voluntária na organização da Jornada Mundial da Juventude, e de Paula Melanda, do projeto Nuvem Vitória.

Cáritas faz novo peditório nacional com país em “situação crítica em termos sociais”

O peditório da Cáritas realiza-se numa altura em que o país atravessa “uma situação crítica em termos sociais”, considera a presidente do organismo, segundo a qual os pedidos de ajuda continuam a aumentar.

“Nós temos uma situação crítica em termos sociais, uma situação que se arrasta nos últimos anos, por razões diversas e somadas”, apontou Rita Valadas à agência Lusa, ressalvando que isso torna ainda mais importante a realização do peditório.

Acrescentou que a situação social “agudiza a cada momento, a cada aumento do custo de vida, a cada aumento de cada produto”. “As famílias estão com muitas dificuldades, de facto”, salientou.

A presidente da Cáritas não sabe ainda qual o valor total gasto no apoio às famílias portuguesas em 2022, porque as contas ainda não estão fechadas, mas não tem dúvidas de que “houve um aumento em relação às pessoas que procuraram esse apoio”, que se traduziu tanto na procura por alimentos ou outros bens essenciais, quer nos pedidos de apoio.

Rita Valadas explicou que a realidade de 2022 teve vários tipos de situações, entre a pobreza resistente, “que traz sensivelmente o mesmo número de pessoas aos serviços da Cáritas” e que são as pessoas que procuram ajuda para alimentação ou roupa ou uma ajuda financeira pontual, e que rondou os 120 mil atendimentos.

“Outra realidade é a das várias crises que nos têm chegado e temos as situações [de pessoas] que se aproximaram da Cáritas na pandemia [de Covid-19] e que não conseguiram fazer a retoma da sua situação económica”, apontou.

Por outro lado, referiu, houve também casos na sequência da guerra na Ucrânia, que envolve estrangeiros, “e que é uma realidade que não se sente decrescer na procura do apoio da Cáritas”. Segundo Rita Valadas, estas situações “não estão totalmente apuradas, mas rondam as 30 mil pessoas”.

“Depois, temos a realidade de hoje, que não temos ainda noção dos números, mas que é o número de pessoas que vai chegando à Cáritas, na sequência do aumento do custo de vida e das taxas de juro”, referiu.

A responsável sublinhou que há, não só, um aumento do número de pessoas que tem recorrido às Cáritas, como das dificuldades por que passam as pessoas que estão em situação de pobreza que, não sendo situações novas, constatam que “o pouco que tinham dá cada vez para menos”.

“As necessidades que eles têm para manter uma situação com o mínimo de dignidade e de bem-estar são mais à medida que os preços sobem”, disse a responsável.

Como consequência, alertou, vem um maior fosso nas desigualdades, uma vez que tem vindo a aumentar o número de pessoas com maiores rendimentos, mas também o número de pessoas com rendimentos mais baixos.

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