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Caldas da Rainha

Suspeito de homicídio nas Caldas da Rainha negou ao tribunal a intenção de matar

O crime remonta a 26 de março de 2022, num parque de estacionamento junto a um centro comercial nas Caldas da Rainha.

Fachada do edifício do Tribunal de Leiria

O homem suspeito de ter matado outro nas Caldas da Rainha, em março de 2022, na sequência de um desentendimento entre arrumadores de carros, negou hoje, no Tribunal Judicial de Leiria, intenção de matar.

“Não queria matar, nunca foi essa a intenção”, afirmou o arguido, de 30 anos, acusado pelo Ministério Público (MP) de homicídio qualificado, tendo o crime de ofensa à integridade física simples sobre outro homem que lhe estava também imputado sido objeto de desistência de queixa.

O arguido, detido preventivamente, explicou que viu a vítima, cidadão estrangeiro, a bater no irmão, de 23 anos, que está em julgamento pelo crime de ofensa à integridade física simples sobre aquela.

Segundo o alegado homicida, nesse momento foi a correr e empurrou a vítima, tendo tirado a faca do bolso para a intimidar.

“Quando o (…) caiu no chão, a faca espetou-se nele”, declarou, esclarecendo que, quando a vítima levantou a camisola, viu “um rasgo”, entrou em pânico e fugiu.

De acordo com o despacho de acusação, o crime remonta a 26 de março de 2022, num parque de estacionamento junto a um centro comercial nas Caldas da Rainha, onde os dois irmãos e o cidadão estrangeiro estavam a arrumar carros.

Neste dia, pelas 18h55, o irmão do alegado homicida aproximou-se do cidadão estrangeiro, que tinha uma filha menor, e, após uma breve troca de palavras, “sem nada que o fizesse prever, começou a desferir-lhe diversos murros e pontapés”, provocando-lhe “ferimentos e lesões”.

Este arguido iniciou uma discussão com a vítima “motivada por dissenso acerca do estacionamento de veículos automóveis”, na sequência da qual se empurraram mutuamente”, lê-se no despacho de acusação.

A dada altura, o alegado homicida apercebeu-se da discussão e, munido de uma faca, abeirou-se do cidadão estrangeiro pelas costas e espetou-a no peito deste.

Ao coletivo de juízes, o suspeito de homicídio qualificado referiu que estava na posse da faca porque, na parte da manhã daquele dia, tinha ido apanhar curgetes.

O arguido precisou que foi quando ele e a vítima caíram ao chão que a faca se espetou. “Exatamente”, frisou, acrescentando: “Ele caiu em cima de mim. Eu de barriga para cima, ele de barriga para baixo”.

Já o irmão do suspeito de homicídio qualificado disse que quando a vítima chegou ao parque começou a discutir e depois a bater-lhe, rejeitando ter dado murros e pontapés àquela.

Uma das várias testemunhas ouvidas em tribunal relatou que quando chegou ao parque este arguido “andava à porrada” com a vítima, sendo que o alegado homicida “apareceu do nada”, tendo-o visto a “espetar uma facada na parte da frente (…) no coração, na zona do peito”.

Esta testemunha, que era então arrumador de carros, referiu ainda que o irmão do suspeito de homicídio “deu socos” à vítima já depois de ela ter sido atingida com a faca.

A próxima sessão do julgamento realiza-se no dia 26, com a audição do perito de medicina legal que fez a autópsia à vítima, na sequência do requerimento do advogado do suspeito de homicídio qualificado, que pretende, entre outros esclarecimentos, saber se o corte com a faca foi feito pela frente ou pelas costas ou se é compatível com queda sobre objeto cortante.

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