O jornalista Carlos Ferreira, colaborador do REGIÃO DE LEIRIA, é um dos convidados da revista National Geographic – Edição Especial Viagens que acaba de chegar às bancas e é dedicada aos caminhos portugueses de Santiago.
Coordenada pelo historiador Paulo Almeida Fernandes, esta edição da revista descreve e interpreta os vários percursos, explicando a sua génese e tradição através do contributo de diversos autores.
Carlos Ferreira assina o artigo sobre o Caminho da Geira e dos Arrieiros (CGA), o único dos novos itinerários a partir de Portugal que está a renascer e a crescer apenas por iniciativa dos peregrinos. O jornalista fez o CGA, pela primeira vez, em maio de 2017, tendo sido o quarto peregrino a concluí-lo e o primeiro a concretizá-lo sozinho.
Escrito na primeira pessoa, sob o estilo de crónica, o texto descreve este percurso de 240 quilómetros e o que o destaca em relação aos restantes. O CGA começa na Sé de Braga e passa pelos municípios de Amares, Terras de Bouro e Melgaço, entrando na Galiza pela Portela Homem. Inclui patrimónios únicos no mundo como a Geira Romana, a via mais bem conservada do antigo Império Romano do Ocidente, e a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés. Tem ainda a particularidade de ser um dos escassos cinco caminhos que ligam diretamente à Catedral de Santiago de Compostela.
Carlos Ferreira foi um dos autores convidados desta edição da National Geographic pelo amplo conhecimento e experiência que tem dos vários percursos que já fez 11 vezes desde 2012. Mas foi-o também pelo envolvimento afetivo com o Caminho de Santiago. Confrade da Arquiconfraria Universal do Apóstolo Santiago, é membro da Comissão Instaladora da Associação Transfronteiriça do Caminho da Geira e dos Arrieiros e administrador da página de Facebook Caminho da Geira e dos Arrieiros. Participa regularmente em encontros de peregrinos, debates e outras iniciativas com vista à divulgação do percurso, uma vez que, por enquanto, a gestão do CGA é feita apenas pelas associações de peregrinos.
Esta realidade deverá mudar em breve, uma vez que as entidades oficiais começam agora a dar atenção e a valorizar este percurso que, nos últimos seis anos foi percorrido por mais de três mil peregrinos. A maior parte é proveniente sobretudo de Portugal e Espanha, mas também de Itália, Inglaterra, Alemanha, Croácia, Ucrânia, Rússia, Polónia, Brasil, EUA, Austrália ou Países Baixos.