Cerca de 7,150 milhões de euros é o valor estimado para a requalificação e ampliação da Escola Básica 2,3 D. Dinis, em Leiria.
O projeto foi aprovado, a par da requalificação da Escola Secundária Afonso Lopes Vieira (ESALV), na passada terça-feira, na reunião de Câmara de Leiria, que aguarda a abertura dos avisos de candidatura no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ou fundos comunitários para garantir o necessário financiamento.
A elaboração do projeto custou à autarquia cerca de 65 mil euros, e resulta de um acordo celebrado com o Ministério da Educação (ME) no âmbito da descentralização de competências na área da Educação, sendo que o financiamento seria assegurado integralmente por parte do Estado.
Classificada como “muito urgente” no âmbito do mapeamento realizado pelo ME, a empreitada da D. Dinis contempla a construção de um novo bloco de salas de aula com dois pisos, para responder ao crescente número de alunos na zona urbana, um auditório e um núcleo de aprendizagem adaptado.
Está ainda prevista a requalificação do pavilhão gimnodesportivo, criação de novos percursos com ligações cobertas entre blocos, reabilitação do espaço exterior, com mais zonas verdes e ajardinadas, e criação de uma zona de estacionamento.
Cada pavilhão terá uma cor associada, através do revestimento cerâmico de fachadas e pinturas interiores, sendo objetivo privilegiar a luz natural.
No bloco polivalente, a biblioteca passa para o rés-do-chão num modelo “open space”, estando ainda projetado o aumento da capacidade do refeitório, criação de uma nova cozinha, salas para funcionários e professores, além de gabinetes de apoio e arquivo, entre outros.
Na apresentação do projeto ao executivo, o gabinete de engenharia PPSEC frisou a necessidade de melhorar as condições de conforto e de eficiência energética e acústica dos diversos edifícios, com substituição da caixilharia, novos revestimentos e colocação de tetos falsos, bem como resolver problemas estruturais, adequar os espaços às atuais exigências letivas e não letivas, renovar e ampliar as instalações sanitárias, e reabilitar infraestruturas, nomeadamente redes de água e esgotos.
Na área desportiva, será requalificado o campo de jogos e criada uma pista de atletismo. Já o pavilhão gimnodesportivo contará com “um novo corpo que dá resposta a novos balneários, uma sala para os professores, zonas de arrumação e dois novos acessos à bancada” e um campo de jogo de boccia.
“Dia importante para a Educação”
Anabela Graça, vereadora da Educação, frisou tratar-se de um dia importante para a Educação em Leiria, tendo os dois projetos sido desenvolvidos com o envolvimento de toda a comunidade escolar, e, em particular, das direções da EB D. Dinis e da ESALV.
“[Os projetos] Resultaram de uma arquitetura social participada, [os gabinetes de arquitetura] estiveram nas escolas com os nossos serviços, identificaram as necessidades e problemas diagnosticados pela direção de cada escola, e contaram com o envolvimento dos professores e educadores”, referiu, adiantando que a intervenção na EB D. Dinis irá permitir o aumento de turmas na zona urbana, ao passar de uma tipologia T30 para T38, contando com os espaços da educação física.
Já Gonçalo Lopes, presidente da Câmara, adiantou aguardar a abertura de candidaturas para poder garantir a verba necessária para a realização da empreitada, referindo não poder adiantar quaisquer prazos.
“Já adiantámos os projetos e estamos à espera que seja disponibilizada essa verba para a apresentação das candidaturas. O nosso trabalho está feito até aqui e precisamos agora do dinheiro para fazer esta obra”, sublinhou.
Há 40 anos na rua Dr. João Soares
A atual EB 2,3 D. Dinis começou a funcionar em 1968 como Escola Preparatória D. Dinis, também conhecida como “Ciclo Velho” -, no edifício do Liceu Rodrigues Lobo, que acolheu mais tarde vários serviços do ME, um pólo da Escola Amarela, e serve hoje o Tribunal da Comarca de Leiria.
Em 1970, desdobrou-se para o antigo seminário de Leiria, do outro lado da rua Tenente Valadim, e mudou-se em 1982 para a rua Dr. João Soares, onde estreou novas instalações e onde permanece. Vinte anos depois, assumiu a designação de EB 2/3 D. Dinis e, em 2003, o estatuto de escola sede do recém-criado Agrupamento de Escolas D. Dinis.
Nestes 40 anos, o edificado degradou-se, registando-se atualmente falta de condições de acessibilidade, reduzida área de refeitório, acessos às salas de aula através do exterior, falta de cacifos, percursos longos, falta de instalações sanitárias acessíveis, ligação entre bloco pouco protegidos, espaços pouco funcionais, pátios descobertos e não funcionais e necessidade de mais salas de aula, segundo identificou o gabinete responsável pelo projeto.