A Câmara de Leiria vai reabilitar 19 casas do bairro da fábrica de cimentos Maceira-Liz, na Maceira, no âmbito de um protocolo assinado esta quarta-feira, dia 3, com a Secil, que prevê a disponibilização das habitações a jovens casais.
Segundo o protocolo, “o Município de Leiria pretende desenvolver um projeto-piloto de habitação especialmente direcionado a famílias jovens”, em 19 habitações do bairro, “adotando para o efeito um modelo de gestão e utilização baseado no arrendamento ou outra forma de gozo temporário, de curta duração, até ao máximo de três anos”.
Ainda de acordo com o mesmo documento, a Câmara assume, “na íntegra, a reabilitação destas habitações, pretendendo-se, desta forma, com este pequeno núcleo habitacional (…), descentralizar a pressão imobiliária da zona urbana de Leiria e servir de alavanca para o projeto próprio” da Secil “no restante bairro, com o qual o Município está totalmente disponível para colaborar”.
A autarquia garante que “a utilização habitacional do bairro [com um total de 71 casas] será, adequadamente, compatibilizada com a atividade industrial que continuará a ser desenvolvida na fábrica de cimento a que é adjacente”.
No âmbito do acordo, a Secil atribui o direito de superfície dos 19 fogos, a título gratuito, com um prazo de 20 anos, podendo ser prorrogado por períodos sucessivos de 10 anos.
“No prazo máximo de cinco anos, a contar da data da outorga da escritura de cedência do direito de superfície, deverão ficar concluídas todas as obras”, lê-se no documento.
O protocolo foi assinado entre o presidente da Comissão Executiva da Secil, Otmar Hübscher, e o presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes, no dia em que se assinala o centenário da fábrica da Maceira-Liz.
Na ocasião, Gonçalo Lopes destacou que o acordo para a cedência de 19 habitações é um contributo “para a solução de um dos maiores desafios” da sociedade atual, “a escassez de habitação”.
Antes, o autarca salientou que a celebração do centenário da fábrica “representa, por um lado, a enorme relevância desta organização para a comunidade e, por outro, a excelência do seu modelo de gestão no momento presente e ao longo da sua história”.
“Um dos fatores que melhor estabelece a relevância e a validade de um projeto é o da longevidade que a fábrica Maceira-Liz cumpre como poucas instituições”, notou, realçando o “serviço de inegável importância” da unidade, atualmente com 178 trabalhadores, para a região e o país.
Expressando uma “palavra de reconhecimento às gerações de trabalhadores e dirigentes que construíram uma marca que é uma referência nacional e internacional no seu setor de atividade”, Gonçalo Lopes assinalou, ainda, a “grande importância” que a empresa tem “para o desenvolvimento da freguesia e do concelho”, pela “geração de riqueza e pelo impacto social muito relevante, nomeadamente nos postos de trabalho, diretos e indiretos, que assegura ao longo dos anos”.
“Falar da fábrica Maceira-Liz é falar da história desta freguesia, tal o seu papel na construção desta comunidade, assumindo-se como um parceiro ativo e de extraordinária valia em diversas iniciativas, sejam económicas, sociais ou culturais”, adiantou, manifestando votos de um “futuro de sucesso”, para que “possa continuar a marcar a diferença na sua área de atividade e a contribuir para a prosperidade” da região.
De acordo com o seu sítio na Internet, “a Secil é um grupo empresarial fundado em Portugal que assenta a sua atividade na produção e comercialização de cimento, betão, agregados, argamassas e cal hidráulica”, integrando, também, “empresas que operam em áreas complementares na economia circular, na utilização de resíduos como fonte de energia”.
O Grupo Secil “expandiu-se nas últimas duas décadas para outros mercados”, operando “três fábricas de cimento em Portugal (Outão, Maceira e Pataias)” e com presença “em Angola, na Tunísia, no Líbano, em Cabo Verde, Espanha, Holanda e Brasil”.
A Secil “garante uma capacidade anual de produção de cimento superior a 9,75 milhões de toneladas”.
“A Semapa, detentora da totalidade do capital social da Secil, é uma ‘holding’ cotada na Euronext Lisboa, integrando o PSI, e tem como acionista maioritário a família Queiroz Pereira, com fortes tradições nas atividades industrial e financeira portuguesas”.