O ministro da Educação “quebrou” o protocolo da cerimónia de assinatura dos compromissos relativos aos primeiros centros tecnológicos especializados para felicitar a Escola Tecnológica, Artística e Profissional de Pombal (ETAP) pelo “grande resultado” obtido, que foi o melhor a nível nacional.
A divulgação dos 104 projetos aprovados – sete dos quais de escolas do distrito de Leiria – aconteceu durante a sessão “Uma agenda PRR transformadora para o ensino profissional em Portugal – centros tecnológicos especializados”, que decorreu na quarta-feira, dia 3, em Guimarães.
Além da ETAP, cujo projeto recebeu 100 pontos (o máximo possível), foram aprovadas as iniciativas da Escola Secundária de Peniche (dois, com 89,75 e 89,63 pontos), Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro, nas Caldas da Rainha (dois, 85,75 e 83,50 pontos), Agrupamento de Escolas de Pombal (84,26 pontos) e do Agrupamento de Escolas da Batalha (82,76 pontos).
Na cerimónia de assinatura dos protocolos, o ministro da Educação, João Costa, interveio para elogiar a ETAP: “Vou quebrar o protocolo. Toda agente sabe que detesto rankings, mas como hoje estamos numa cerimónia simbólica, quero dar os parabéns à ETAP por ter obtido este grande resultado, pois foi a escola com a classificação mais elevada no país”.
O Centro Tecnológico Especializado da ETAP vai receber um apoio ao investimento de dois milhões de euros em equipamentos e obras. “Ficará dotada com os mais modernos equipamentos utilizados pelas empresas nos domínios da manutenção industrial e da metalomecânica, alguns com um grande cariz de inovação, que permitirá aos alunos serem agentes impulsionadores da inovação nas empresas”, refere a escola em comunicado.
Os 104 centros aprovados, entre 311 candidaturas, correspondem a um investimento total de 119 milhões de euros e, nesta primeira fase do concurso, integram a componente das qualificações e competências do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), destinada a modernizar a oferta dos estabelecimentos de ensino e da formação profissional através de novos equipamentos e instalações.
Os primeiros CTE oferecem 68 qualificações vocacionadas para a transição digital e a Indústria 4.0, e necessárias à transição energética, sendo enquadradas em 21 áreas de educação e formação, onde se destacam as ciências informáticas, metalurgia e metalomecânica, eletrónica e automação, eletricidade e energia, hotelaria e restauração, e contabilidade e fiscalidade.
Na cerimónia, a presidente da Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional (ANQEP), Filipa Henriques de Jesus, disse que “o sucesso da execução dos CTE depende, em grande medida, do que localmente, em cada território, os vários intervenientes forem capazes de fazer”.
“Todos têm um papel determinante não só na boa execução dos centros já aprovados, como também no estímulo à apresentação de boas candidaturas por parte das escolas localizadas em territórios ainda a descoberto”, acrescentou.
O ministro da Educação, afirmou, por seu lado, que “já não é aceitável o discurso de que o ensino profissional é uma segunda escolha. Inscrever estes centros tecnológicos no PRR é também reconhecer esta virtude do ensino profissional”.
“É inscrever este tipo de ensino numa agenda de valorização do ensino profissional, uma aposta segura que temos vindo a traçar e a dignificar. Hoje sabemos, por várias razões, que o ensino profissional é apenas uma via em paralelo com as outras vias de ensino no secundário”, concluiu João Costa.
A dotação total prevista para o investimento é de 480 milhões de euros, compreendendo a aquisição de recursos educativos tecnológicos (equipamentos), assim como a modernização e reabilitação das instalações e infraestruturas das escolas, com o objetivo de criar 365 centros tecnológicos especializados até 2026.
Encontra-se aberta a segunda fase de apresentação de candidaturas, a decorrer até dia 29 de maio.