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Barragens do Cabril e Castelo de Bode atingem capacidade acima de 80%

Segundo o vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, a situação é “muito melhor do que o ano passado”, mas é necessário preparar os territórios para os “sinais futuros”.

imagem da barragem do cabril vista da margem do distrito de leiria
A barragem do Cabril, no Zêzere, está atualmente com 83% da sua capacidade máxima. Foto de Arquivo

As barragens do Cabril e de Castelo Bode, no rio Zêzere, estão com capacidade acima de 80%, em situação melhor do que há um ano, disse hoje o vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Pimenta Machado.

“Hoje, a barragem do Cabril, no Zêzere, está com 83% da sua capacidade máxima, sendo que o ano passado, por esta altura, estava a 34%”, afirmou Pimenta Machado, adiantando que Castelo de Bode, que também faz parte da bacia do Zêzere, “hoje está com 87% e o ano passado estava cerca de 60%”.

À margem da sessão de apresentação de investimentos da Empresa Intermunicipal de Ambiente do Pinhal Interior em Figueiró dos Vinhos (Leiria), Pimenta Machado reconheceu que este ano a situação é “muito melhor do que o ano passado”, mas defendeu a necessidade de preparar sempre “os territórios para aquilo que são os sinais futuros”.

“[Os estudos] dizem duas coisas muito claras: vamos ter menos água, vamos ter menos precipitação”, declarou, explicando que o roteiro de adaptação às alterações climáticas refere que, “por cada 10 anos, sete serão secos”.

Segundo o vice-presidente da APA, “dos últimos 20 anos, dos 10 anos mais secos, seis foram depois do ano 2000”.

Assinalou ainda que “há uma redução da precipitação em cerca de 15 a 20%”, pelo que é a este cenário que todos se têm de adaptar.

“É muito positiva a situação este ano (…). Este ano estamos muito melhor do que o ano passado, diria que estamos tranquilos, claramente tranquilos”, adiantou, esclarecendo que em dezembro e janeiro houve “eventos de precipitação”.

Seguiu-se “um fevereiro muito seco, um março muito seco, um abril também, para além de ser seco, muito quente”, sendo que “quando a temperatura aumenta, aumenta a evaporação e aumenta o consumo de água”.

“Temos de adaptar o sistema a essa nova realidade”, segundo a qual “a chuva que vem, vem em curtos períodos de tempo, eventos extremos”, e vão ocorrer “longos períodos de ausência de precipitação”, adiantou o vice-presidente da APA.

A situação de seca meteorológica agravou-se em Portugal continental no mês de abril, estando 89% do território continental em seca, 34% da qual em seca severa e extrema, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.

De acordo com o último boletim climatológico do IPMA, verificou-se no fim de abril um aumento significativo da área e da intensidade em seca meteorológica, destacando-se a região Nordeste na classe de seca moderada e na região sul os distritos de Setúbal, Évora, Beja e Faro nas classes de seca severa a extrema.

No fim do mês passado, 33,2% do território estava em seca moderada, 22% em seca fraca, 19,9% em seca severa, 14,1% em seca extrema e 10,8% normal.

Em abril do ano passado, todo o território de Portugal continental já estava em situação de seca, a maior parte em seca moderada (87,2%).

Os dados do boletim indicam que no mês de abril o total de precipitação (18,2 milímetros) foi muito inferior ao valor médio (23%), sendo o 3.º abril mais seco desde 1931.

No que diz respeito à percentagem de água no solo, o instituto referiu que houve uma diminuição muito significativa da percentagem em todo o território.

O IPMA adiantou também que o mês de abril classificou-se como muito quente em relação à temperatura do ar e extremamente seco em relação à precipitação.

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