A “luta” de colégios privados, na cidade da Marinha Grande, repleta de episódios insólitos, conheceu novos desenvolvimentos nos últimos dias. Um comunicado cuja veracidade é impossível confirmar, acrescentou ruído a um processo que se tem pautado pela falta de informação, acrescentando ansiedade à comunidade escolar.
Na última terça-feira, a notícia de encerramento do colégio privado de ensino em inglês, foi transmitida numa mensagem enviada por email para as redações. Todavia, tudo indica que as notícias de encerramento da escola terão sido manifestamente exageradas.
Em pano de fundo está um conflito entre a administração do Colégio Luso-Internacional do Centro (CLIC), na Marinha Grande, e a Diocese de Leiria-Fátima. Instalado num imóvel que é propriedade da Diocese de Leiria-Fátima, o colégio tem estado envolvido numa disputa judicial.
Em tribunal, a diocese tem argumentado que o atraso no pagamento das rendas referentes ao imóvel instalado na rua Dom João Pereira Venâncio, é causa para terminar com o contrato de arrendamento. A Viacognos, empresa responsável pelo colégio tem, por sua vez, defendido que a diocese não terá cumprido um alegado acordo para compensar as obras realizadas no imóvel, descontando esse valor nas rendas.
Nuno Faria, responsável da Viacognos, é o pretenso autor de um comunicado que, na tarde da última terça-feira, anunciava o definitivo encerramento de portas do CLIC no final de junho, ao fim de mais de um quarto de século de atividade.
Um anúncio que surgia como corolário de um processo conturbado. O nosso jornal chegou a dar eco dessa intenção de encerramento, num artigo publicado ao meio da tarde da última terça-feira, citando o referido comunicado – que se anunciava dirigido a “pais, alunos e comunidade escolar” -, como fonte.
Todavia, às primeiras indicações de que o comunicado não teria chegado à comunidade escolar, o REGIÃO DE LEIRIA decidiu suspender a publicação da notícia até que fosse possível dissipar a incerteza quanto à veracidade do comunicado que lhe servira de fonte.
O REGIÃO DE LEIRIA tentou, com insistência e sem sucesso, contactar o administrador da Viacognos para confirmar a informação sobre o encerramento do colégio. Todavia, ao que apurámos, junto da comunidade escolar do CLIC tem vindo a ser transmitida a indicação de que a administração do colégio desmente o teor do comunicado que aponta para o encerramento da escola, que, consequentemente, será falso.
Esta é mais uma etapa num caso insólito que se traduz na disputa de duas escolas e que fraturou a comunidade escolar. É que, em paralelo, a atividade letiva privada, em moldes muito semelhantes, tem vindo a ser anunciada para acontecer nas instalações do CLIC e que são alvo de disputa em tribunal.
Uma nova escola, ligada ao universo do Grupo Pragosa, multinacional da região com operações na área da construção, indústria e ambiente, tem estado a recrutar e a receber inscrições, incluindo junto da comunidade escolar do Colégio Luso-Internacional do Centro.
Para já, o arranque da atividade desse novo colégio, o Leiria International School (LIS), está apontado, no imediato, para a vizinhança do CLIC. Há vários meses que o LIS anuncia uma morada nas proximidades do CLIC, também na rua Dom João Pereira Venâncio, e adianta que as suas atividades deverão concretizar-se em setembro, em instalações provisórias.
De facto, num terreno contíguo ao CLIC, estão em curso obras de preparação e colocação de contentores do LIS, onde deverão ter lugar, provisoriamente, as atividades letivas.
Fonte próxima do LIS assegura ao REGIÃO DE LEIRIA que o plano traçado – há muito delineado e publicitado no seu site – persiste inalterado. Na prática, isso significa que o LIS não se desvia dos planos de realizar obras de modernização nas atuais instalações do CLIC, ainda em disputa em tribunal.
Essas obras deverão estar concluídas no ano letivo 2024/2025. A nova escola, criada há três anos, anuncia o arranque da atividade letiva já no próximo ano letivo.
