Um homem de 67 anos, de nacionalidade francesa, morreu ao final da tarde de ontem, sexta-feira, “depois de alegadamente ter entrado em dificuldades dentro de água”, na praia do Salgado, na Nazaré.
Segundo um comunicado da Autoridade Marítima Nacional, “o alerta foi recebido pelas 19h30, através do Número Europeu de Emergência (112), foram ativados de imediato” para o local elementos do Projeto “SeaWatch”, com recurso a uma viatura AMAROK, elementos do Comando-local da Polícia Marítima da Nazaré, do INEM, dos Bombeiros Voluntários da Nazaré e da GNR.
O homem terá sido retirado da água por populares que se encontravam na praia e foram realizadas manobras de reanimação pelos elementos do Projeto “SeaWatch” e pelos elementos do INEM. NO entanto, já não foi possível salvar a vítima.
“O óbito foi declarado no local pelo médico do INEM, tendo o corpo sido posteriormente transportado pelos Bombeiros Voluntários da Nazaré para o Instituto de Medicina Legal de Leiria”, informa a AMN.
O Comando-local da Polícia Marítima da Nazaré tomou conta da ocorrência e o Gabinete de Psicologia da Polícia Marítima prestou apoio aos familiares da vítima.
Note-se que apesar da maioria das praias da região já ter iniciado a época balnear, no caso da Praia do Salgado, a época só começa a 1 de julho, ou seja, ao dia de ontem não existia qualquer meio de viigilância no areal.
Portugal registou 27 mortes por afogamento no primeiro trimestre
Portugal registou 27 mortes por afogamento no primeiro trimestre deste ano, uma subida de 12,5% em comparação com o mesmo período de 2022, de acordo com dados da Federação Portuguesa de Nadadores-Salvadores.
Segundo os números do Observatório do Afogamento da federação divulgados em comunicado, as 27 mortes (22 homens, quatro mulheres e um cujo sexo não foi divulgado) já superam as 24 ocorridas no ano passado, entre 1 de janeiro e 31 de março.
Segundo o organismo, o aumento de mortes em meio aquático “reveste-se de especial preocupação, pois 2022 foi um ano com especial aumento do afogamento em Portugal”.
De acordo com os dados, a maior parte dos afogamentos ocorreram à tarde (48,1%), todos em locais não vigiados, e somente três foram presenciados e tiveram tentativa de salvamento.
O mês de janeiro foi o mais mortífero, com 10 mortes, seguido de fevereiro, com nove, e março, com oito.
O distrito de Leiria foi aquele onde se registaram mais mortes, com cinco, seguido de Faro (quatro), Lisboa e Setúbal (três cada), além do Porto e Santarém (dois cada).
Entre os locais onde se deram mais afogamentos, o mar foi o que causou mais vítimas, com nove, seguido do rio com oito. Foram também registadas seis mortes em poço (duas), em porto de abrigo (duas) e em piscina doméstica (duas), além de uma morte em barragem, outra em tanque, outra numa marina e outra numa valeta.
Em relação às idades, a maioria, 70,4%, tinha mais de 45 anos.
O Observatório do Afogamento é um sistema criado pela Federação Portuguesa de Nadadores-Salvadores para contabilizar as mortes por afogamento em Portugal.
Em 22 de maio, os municípios propuseram ao Governo a participação da Marinha na vigilância e salvamento de banhistas nesta época balnear, devido à falta de nadadores-salvadores, além da criação de uma carreira profissional com uma tabela remuneratória que torne atrativo este setor.
Segundo a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), estas autarquias assumiram competências no domínio das praias marítimas, fluviais e lacustres, mas “têm vindo a deparar-se com constrangimentos no que respeita à contratação de nadadores-salvadores para a época balnear”, um problema que não é deste ano, mas que se tem vindo a acentuar, e que exige “medidas de exceção”.
A Autoridade Marítima Nacional, a quem cabe assegurar o cumprimento e fiscalização das normas e regulamentos aplicáveis à assistência a banhistas, revelou que, até 10 de maio, foram certificados 582 novos nadadores-salvadores, elevando para 4.331 as pessoas que podem exercer esta atividade.
A Autoridade Marítima realçou que o número normal de nadadores-salvadores no verão, em todo o país, é de entre 5.200 a 5.500, um número que ainda pode ser atingido este ano, assim que decorram os exames de aptidão técnica previstos.
Portugal conta na época balnear deste ano com 589 praias vigiadas por nadadores-salvadores, mais quatro do que em 2022, de acordo com a lista de águas balneares publicada em Diário da República.