“Inhabitants ou imitar o andar” é a mais recente exposição do artista visual Nuno Sousa Vieira, patente até 9 de setembro na galeria 3+1 Arte Contemporânea, em Lisboa.
A proposta é desenvolvida à volta da possibilidade de análise espacial e documental do trabalho do artista natural de Leiria – “uma revisão da prática de Nuno Sousa Vieira feita pelo próprio”, sintetiza a curadora Francisca Portugal.
O conjunto das obras apresentadas revela “uma metodologia sobre como habitar um novo espaço” começando, assim, por “preparar a maquete que define as várias possibilidades para as suas próximas
exposições”, nota a curadora.
É que depois de ter estado instalado entre 2001 e 2021 numa antiga fábrica de plásticos dos Pousos, em Leiria, a Simala, Nuno Sousa Vieira ocupa desde 2022 novos espaços de trabalho, após o desmantelamento oficial daquela unidade.
“Nos novos espaços, no Rego e em Leiria, é projetado o presente, que potencia um futuro”, escreve a curadora. A nova premissa, acrescenta Francisca Portugal, “onde assentam arquivos e pensamentos antigos”, é demonstrada na exposição, “em forma de cenário de várias camadas biográficas”.
Há, por isso, muitas pistas nas novas obras, seja solas de borracha, antigas luminárias ou a bela série de guarda lamas intervencionados, todos remetendo para a memória da Simala enquanto fábrica e enquanto ateliê.
Em Lisboa, o trabalho de Nuno Sousa Vieira revela uma “alternância entre realidades”, utilizando as salas da galeria 3+1 para projetar “uma experiência pessoal e desconstruída dos seus lugares”, frisa a curadora.