A mudança da União de Leiria para a Marinha Grande é uma espécie de Revolução Industrial para a equipa que se estreia frente à Académica, na segunda-feira, na Liga portuguesa de futebol 2011/2012, afirma o treinador Pedro Caixinha.
Há menos de um mês a trabalhar no complexo desportivo da Marinha Grande, a União de Leiria já se sente em casa, depois de ter deixado o Estádio Dr. Magalhães Pessoa em conflito com a autarquia local, devido às condições exigidas para continuar a utilizar a infraestrutura utilizada no Euro 2004.
“Sentimo-nos claramente em casa. Ficámos claramente identificados com o espaço e com as pessoas”, garantiu Pedro Caixinha.
O técnico acentuou a diferença de atitude entre autarquias: “No primeiro dia em que chegámos, fomos recebidos pelo presidente da câmara [Álvaro Pereira], a desejar-nos felicidades, a dizer-nos que esta era a nossa casa e a disponibilizar-se para nos ajudar. Foi uma recetividade incrível, que nunca tivemos em Leiria”.
Na Marinha Grande, a União de Leiria encontrou condições superiores às da última época, sobretudo ao nível do planeamento, referiu o técnico, porque, além do Estádio da Marinha Grande, há um campo anexo que a equipa utiliza, o que não acontecia em Leiria.
“Permite-nos ter o relvado em melhores condições, para o nosso jogo de posse, para que a circulação seja feita com eficácia e velocidade”, frisou.
Além disso, a equipa deixou de andar com a casa às costas: “Antes deslocávamos uma, duas e até três vezes [por semana] a locais como Mira de Aire, Óbidos, Rio Maior, entre outros e era mais uma sobrecarga ao desgaste que o treino exige”.
Na Marinha Grande, a União de Leiria concentra todo o trabalho, “tudo partilhado no mesmo espaço”, levando, por isso, Caixinha a considerar esta migração como uma mudança positiva.
“São esses os princípios da Revolução Industrial: concentração, maximização, ‘standardização’. Aqui as pessoas sentem-se em casa, é só pegar no carro, chegar e depois do trabalho cumprido vão à sua vida social, que também é importante. Uma fábrica hoje em dia obedece a esses princípios [da Revolução Industrial] e o nosso clube também tem de passar por esses princípios. A mudança para a Marinha Grande foi a nossa Revolução Industrial”, explicou.
Perdida a referência do Castelo de Leiria, que servia de metáfora no discurso de motivação para dentro do balneário, agora a União de Leiria investe na imagem da “caixa forte”.
O treinador explica que os pontos a disputar na Marinha Grande são vistos como “ouro” e as equipas adversárias o “bandido”.
“Queremos que os jogadores sintam esta casa como a deles e, obviamente, como qualquer cidadão, a sua casa tem de ser protegida e defendida para não ser assaltada”, defendeu.
Famosa pelas fracas assistências nos seus jogos, a União de Leiria espera alterar isso na Marinha Grande. No jogo de apresentação já estiveram cerca de três mil espetadores, realça Pedro Caixinha.
“Três mil é um número superior à média que tínhamos em Leiria. Queremos que as pessoas venham, mas queremos sobretudo ser nós a chamar mais pessoas, com a qualidade do jogo e dos resultados”, sublinhou.
O treinador da União de Leiria destaca “a escolha acertada” que foi a instalação da equipa na Marinha Grande, por ter sido a alternativa “a mais próxima e com mais condições de trabalho”.
“Em função da qualidade que nos deram e de todas as condições criadas, nós queremos dar mais”, concluiu.
miniuni disse:
daqui a uns anos tamos na 2ª divisao. com estas condicoes. tal como diz o no, o leiria é de leiria, e nao da marinha grande
Leiriense disse:
´Vês?! Já só falta Mudar o nome para União Desportiva da Marinha Grande…