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Desporto

António Morgado vice-campeão do mundo de ciclismo sub-23

Ciclista das Caldas da Rainha fez um brilharente nos Mundiais que estão a decorrer na Escócia.

Morgado com a medalha de prata no pódio dos Mundiais de ciclismo FOTO: FPC

O português António Morgado sagrou-se hoje vice-campeão do mundo sub-23 de fundo, nos Mundiais de ciclismo de estrada em Glasgow, repetindo a prata de juniores em 2022, após batalhar contra cãibras na parte final.

Morgado, de apenas 19 anos, natural das Caldas da Rainha, acabou a dois segundos do novo campeão, o francês Axel Laurance, após os 168,4 quilómetros entre Loch Lomond e Glasgow que Laurance acabou em 4:04.58 horas. O eslovaco Martin Svrcek foi terceiro.

No primeiro ano de sub-23, Morgado somou nova medalha em Mundiais, depois de em 2022 ter sido vice-campeão do mundo de juniores, e tem já contrato assinado com a UAE Emirates para 2024.

Em lágrimas após a etapa, Morgado recuperava do esforço e do muito que ultrapassou na prova de estreia em Mundiais sub-23, desde a chuva que endureceu a corrida e provocou várias quedas à falta de cooperação no grupo perseguidor de Axel Laurance.

A dureza, antes de mais, tinha já afastado Daniel Lima, numa queda à entrada do circuito urbano em Glasgow, levando à hospitalização do jovem, que segue em avaliação no centro hospitalar.

Também Alexandre Montez não conseguiu terminar, numa seleção que teve ainda Gonçalo Tavares em 37.º lugar e Diogo Gonçalves em 53.º.

Na frente da corrida, Morgado sentiu cãibras à entrada da última volta do circuito, batendo na perna já depois de pedir líquidos a um colega de perseguição, mas cerrou os dentes e a boa leitura de corrida levou-o de novo ao pódio.

Com Laurance a segurar uma vantagem mínima na frente, numa vitória impressionante que saiu da fuga do dia e que mostra o valor do ciclista da equipa de desenvolvimento da Alpecin, os perseguidores decidiram-se a lutar pelos restantes lugares.

Morgado e Svrcek foram os primeiros a perseguir os fugitivos, que iam ‘sofrendo’ com o ritmo à exceção do francês, e a falta de entendimento no resto do grupo de perseguidores fez a diferença.

Sem conseguirem ‘caçá-lo’, foi o sprint superior de Morgado que o levou a igualar o resultado que conseguiu no ano passado em juniores, logo no primeiro ano de sub-23.

Há muito apontado a grandes ‘voos’ no WorldTour, a que chegará em 2024, o ciclista das Caldas da Rainha voltou a dar mostras do seu valor, com o melhor resultado de sempre de um sub-23 português na prova de fundo.

O quinto lugar de Rui Costa em 2008 era o anterior melhor registo, e Morgado tem também o melhor de juniores, precisamente a prata de 2022 – falta o escalão de elite, em que Rui Costa foi campeão do mundo em 2013.

“Estou superfeliz, mas gostava de ter o ouro”

O ciclista português mostrou-se no final “superfeliz” pelo resultado, mas admitiu que gostava “de ter conseguido a medalha de ouro”.

“É um grande resultado para o primeiro ano, estou super feliz, mas gostava de ter conseguido a medalha de ouro”, declarou, citado pela Federação Portuguesa de Ciclismo.

Olhando para a corrida, percebeu “que a fuga possivelmente ia ganhar” se não saísse do pelotão com alguém, e ao aperceber-se da movimentação de Svrcek, decidiu seguir para a perseguição.

“Sabia que só indo num grupo pequeno seria possível discutir a corrida”, avaliou.

A corrida de perseguição de um escapado Laurance, afetada pela chuva e pelo circuito técnico em Glasgow, foi apenas uma das dificuldades do dia, uma vez que falhou dois abastecimentos.

À entrada para a última volta, confirmou, “ia cheio de cãibras”, mas conseguiu sprintar, depois, para a prata.

O selecionador nacional, José Poeira, destacou “o nível muito alto, com atletas mais experientes” do pelotão da corrida dos Mundiais, mas a Morgado “o percurso assentava bem e ele foi à procura do resultado”.

“Mostrou o valor que tem. Para mim, é o sub-23 mais forte do mundo. Foi pena o corredor francês isolar-se e não haver grande colaboração atrás. Com outra colaboração, poderia ter sido campeão mundial. Não foi hoje, mas um dia vai ser”, atirou o técnico.

Portugal despede-se dos Mundiais de estrada no domingo, com a prova de fundo para as elites e sub-23 femininas, em que Portugal terá Vera Vilaça, no primeiro caso, e Daniela Campos, no segundo, para um percurso de 154,1 quilómetros também com partida em Loch Lomond e o circuito urbano de Glasgow.

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