O bispo Rui Valério, natural do concelho de Ourém, tomou hoje posse como patriarca de Lisboa. Na cerimónia que esta manhã decorreu na Sé de Lisboa, o sucessor de Manuel Clemente afirmou-se disponível para enfrentar o “real desafio” de um “novo paradigma pastoral” e manifestou-se solidário para com “as vítimas de todos os tipos de abuso”, revela uma nota publicada pela agência Ecclesia. “Convosco carregarei o fardo do vosso sofrimento, acreditando na redenção”, afirmou.
O novo patriarca de Lisboa expressou ainda vontade de manter a “presença constante de proximidade” que sempre caracterizou a sua atuação.
No discurso de tomada de posse, Rui Valério referiu as “vicissitudes eclesiais e culturais das últimas décadas” que têm sido, para a Igreja, “despertadores para a missão evangelizadora” e constituem um “novo paradigma pastoral”.
Lembrou que “não são apenas as escolhas profissionais que vão mudando ao ritmo da oferta do emprego”, mas que também a espiritualidade “adquiriu um ritmo diferente”.
“A dimensão da espiritualidade como que adquiriu um ritmo diferente. É assim – e vão-me perdoar estas expressões – é um misto de espiritualidade buffet e self-service em que se tenta dispensar os intermediários e se colhem das várias propostas fragmentos de conveniência, o que constitui para nós um real desafio”, afirmou.
Foi a 10 de agosto que o Vaticano anunciou a nomeação do bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança como novo patriarca de Lisboa.
Rui Valério sucede a Manuel Clemente que pediu a resignação por limite de idade e é agora patriarca emérito.
A celebração de tomada de posse teve início com Rui Valério a ser recebido à entrada da Sé pelo Cabido e, após a tomada de posse, foi saudado por representantes da pastoral no Patriarcado de Lisboa.
Amanhã, domingo, preside à missa de entrada solene na diocese, no Mosteiro dos Jerónimos, às 16 horas.