Atores e performers de novo circo vão criar nas próximas duas semanas um conjunto de intervenções inspiradas na natureza e na comunidade das Fragas de São Simão, em Figueiró dos Vinhos, no distrito de Leiria, na estreia de “Estações efémeras”.
O projeto de residências artísticas idealizado pelo Leirena Teatro arranca hoje, segunda-feira, nas Fragas de São Simão e o resultado será apresentado no dia 17, ao longo dos passadiços daquele ponto de atração turística de Figueiró dos Vinhos.
“Estações efémeras”, que terá mais dois momentos – na nascente do rio Nabão, em Ansião, de 18 a 30 de setembro, e na cascata dos caniços, em Leiria, de 2 a 15 de outubro – nasceu no âmbito de um programa lançado pela candidatura de Leiria a Capital Europeia da Cultura 2027, segundo o diretor do Leirena, Frédéric da Cruz Pires.
“‘Estações efémeras’ têm o objetivo de unir o turismo, a defesa do ambiente e a cultura”, explicou à agência Lusa o responsável pela companhia de teatro de Leiria.
Desenvolvidas em três diferentes contextos naturais, as residências artísticas vão explorar “os sons, os elementos da natureza, o movimento na água, as cores, tudo”.
“Todos estes elementos naturais serão os indutores para a criação”, que fará correspondência também com “a identidade cultural local. A partir de hoje, nas Fragas de São Simão, durante a manhã, estarei com os meus colegas a desenvolver solos e monólogos. À tarde e noite, vou estar com a comunidade a criar outras cenas para, no final, juntar tudo”, descreveu o encenador.
Frédéric da Cruz Pires vai trabalhar com “atores, atrizes, malabaristas, profissionais da corda bamba e do mastro”, a que se juntam habitantes locais para criar “um percurso performativo e comunitário”.
Neste primeiro momento de “Estações efémeras”, o encenador antecipa que, no final das duas semanas de criação, no dia 17 haverá nas margens das Fragas de São Simão “um deambular, um caminho em que o público é levado pela comunidade”, parando “em cada estação” para assistir a cenas preparadas por atores e performers, “mas também pela comunidade”.
Habituada a trabalhar em teatro para a comunidade, a companhia dá novo passo nesse território, desta vez com um projeto que “vai ser muito mais imersivo no momento da própria criação, feita no local da apresentação”.
“Cada momento será único. Serão três criações completamente diferentes, tendo em conta as condições que encontramos, os espaços onde são feitas e apresentadas”, salientou Frédéric da Cruz Pires.
O desafio de “Estações efémeras” é “fazer espetáculos em espaços não convencionais” e “levar o público a imaginar, a ir para um mundo completamente mágico e também pô-lo a pensar”.
“Porque isto não é só chegar, ver como mero observador: há também aqui um trabalho de pensamento e de intervenção”, concluiu.