O futuro das bibliotecas itinerantes é discutido nos dias 25 e 26, em Pombal, no 2.º Encontro Internacional de Bibliotecas Itinerantes, iniciativa na qual se espera cerca de cem participantes, avançou a organização.
Depois do lançamento do encontro no ano passado pela Biblioteca Municipal de Pombal e município de Pombal, este ano o foco está orientado para o futuro das bibliotecas itinerantes, explicou à agência Lusa a coordenadora do evento, Daniela Martins.
Durante dois dias pretende-se debater “os contextos, as necessidades que existem” mas, também, como as bibliotecas itinerantes “se podem aproximar mais das comunidades” e “que estratégias é que podem ainda ser traçadas”.
“No fundo, o objetivo principal é definir aqui os caminhos que queremos que as bibliotecas itinerantes sigam”, sublinhou Daniela Martins.
Em Portugal, há perto de 70 bibliotecas itinerantes, a maioria extensões de bibliotecas municipais. A realidade de cada uma coloca muitos desafios, porque em muitos locais não se (re)conhece – mesmo com o ‘re’ entre parêntesis – o trabalho: não se conhece nem se reconhece, notou a coordenadora.
A operar em contextos diferentes, estas bibliotecas sobre rodas “têm muito e bom caminho por traçar”, dependendo da capacidade de ler as características dos territórios onde intervêm e das necessidades das comunidades.
“Não há uma regra, uma receita, que se possa seguir e que todas as bibliotecas itinerantes saibam que ‘esta é a forma de ação correta’”, notou Daniela Martins.
Porque, explicou, é muito importante ter a noção do contexto e conhecer a comunidade, adequando a ação em função daquilo que é preciso.
A par da promoção dos livros e da leitura, as bibliotecas itinerantes têm, em muitos locais, de assumir uma função de serviços, como levar às pessoas um terminal de multibanco, levar encomendas, transportar outro tipo de coisas.
Depois, frisou a técnica superior da Biblioteca de Pombal, há as funções sociais da biblioteca itinerante.
“Há muitos locais em que a biblioteca itinerante é a única visita que aquelas pessoas recebem durante uma semana inteira”.
Situações que, frisou, não são exclusivas das aldeias do interior.
“Também nos grandes centros a biblioteca pode ser muito importante para gente que, estando no meio de tudo, não chega a tudo. Às vezes estamos próximos de tudo e não estamos próximos de nada”.
Historicamente relevantes em Portugal pela função de promoção da leitura e da cultura – como “naqueles tempos em que as pessoas se vestiam de propósito para ir à biblioteca itinerante para ir buscar um livro” -, representantes atuais destes serviços móveis vão juntar-se em Pombal para discutir o futuro.
“Só há futuro porque há passado”, frisou a coordenadora do Encontro Internacional, onde se discutirá também os desafios da digitalização.
“De que forma é que a biblioteca pode transformar-se um bocadinho digitalmente e aproximar-se deste mundo tão por descobrir, ainda por muita gente?”, disse a coordenadora do encontro.
O Encontro Internacional de Bibliotecas Itinerantes acontece em parceria com a Direção-Geral do Livro dos Arquivos e das Bibliotecas nos dias 25 e 26 de Pombal e tem participação gratuita.
Mas as inscrições são obrigatórias e estão abertas até dia 20 de setembro, online, aqui.