O incêndio que deflagrou ontem à tarde numa das alas dos Pavilhões do Parque D. Carlos I, nas Caldas da Rainha, foi dado como dominado às 19h40.
O segundo comandante dos Bombeiros Voluntários das Caldas da Rainha, explicou hoje ao REGIÃO DE LEIRIA que as chamas consumiram as águas furtadas do pavilhão localizado junto ao hospital termal, tendo o teto do mesmo acabado por desabar, por ser de madeira.
Segundo Ricardo Soares, o incêndio não afetou os restantes pisos daquela estrutura, nem danificou os outros pavilhões.
O combate ao incêndio acabou por se revelar mais complicado, devido à falta de condições de segurança no interior do edifício: “Tivemos de optar pelo combate exterior até conseguirmos achar um novo acesso, progredindo através de uma porta mais distante. Depois conseguimos novamente entrar e trabalhamos em simultâneo, por fora e por dentro”, explicou o segundo comandante.
Alguns bombeiros mantêm-se ainda hoje no local em trabalhos de vigilância e monitorização, até que sejam retirados todos os fragmentos do teto que desabou.
No teatro de operações, chegaram a estar ontem 44 bombeiros apoiados por 14 veículos, entre eles os Bombeiros Voluntários de Caldas da Rainha, Alcobaça, Benedita e Óbidos. O serviço municipal de Proteção Civil apoiou também com um drone. A PSP esteve igualmente no local.
Tal como o REGIÃO DE LEIRIA noticiou ontem, não foram registados feridos.
A origem do incêndio está a ser investigada pelas autoridades.
Vítor Marques, presidente da Câmara, disse ontem que “a situação vai ser acompanhada e terá que haver uma perícia técnica” para avaliar em que condições ficaram os edifícios centenários, que integram o património termal, propriedade do Estado e concessionado à Câmara no final de 2015.
Em 2017, os pavilhões foram concessionados pela autarquia à Visabeira que ali deverá construir um hotel de cinco estrelas.
“Olhando à vista desarmada, a única coisa que não tem é o telhado, tudo o resto se mantém”, disse o autarca, considerando que o fogo não deverá inviabilizar o projeto.
Os Pavilhões do Parque foram projetados nos finais do século XIX por Rodrigo Berquó para serem o novo hospital D. Carlos I.
O projeto previa a construção de sete pavilhões, destinados a enfermarias, uma galeria com 55 metros de comprimento e instalações sanitárias.
Berquó morreu antes da conclusão do projeto e os pavilhões nunca chegaram a chegaram a cumprir essa função, tendo servido, durante mais de 100 anos, para albergar um quartel militar, uma esquadra da polícia e uma escola secundária.
Atualmente estão desativados.