Na linha da frente da I Guerra Mundial, com o Corpo Expedicionário Português (CEP), esteve em França um leiriense com missão muito especial – mas nada bélica. Armado com folhas de papel, telas, lápis e tintas, Adriano de Sousa Lopes (1879-1944), natural do Vidigal, foi para a guerra para a pintar. E fez questão de ir para as trincheiras com os soldados, sentir na pele e desenhar lá a degradação humana daquele conflito, que matou milhões. “[O capitão] Américo Olavo relata várias situações em que Sousa Lopes esteve em perigo de vida. Em duas ou três situações, esteve mesmo exposto à artilharia inimiga”, recorda o investigador no Instituto de História de Arte da Universidade Nova de Lisboa, Carlos Silveira, que dedicou um doutoramento ao artista. Mesmo debaixo de fogo, ele não parava de pintar e é todo esse dramatismo que, mais de cem anos depois, podemos recordar na antiga Caixa Forte do Banco de Portugal em Leiria, na exposição “Sousa Lopes, o pintor das trincheiras”.
Adriano de Sousa Lopes: Leiria mostra os desenhos feitos debaixo de fogo na I Guerra Mundial
O pintor natural do Vidigal tem lugar relevante e único na história da pintura internacional. Dezoito desenhos e águas-fortes estão patentes no Banco das Artes Galeria.