Andou durante semanas a vender rifas e a juntar apoios para conseguir ir ao campeonato do mundo de kickboxing tentar revalidar o título que conquistou em 2022. Ontem, sexta-feira, Francisca Caiado Cardoso teve o melhor desempenho no combate e voltou a sagrar-se campeã do mundo.
Em K1 (full), na categoria -67 kg, a atleta caldense, da Escola de Kickboxing Fernando Paulo, derrotou a irlandesa Jillian Fitzgerald.
Aos 24 anos, Francisca Caiado Cardoso repete a conquista do título mundial. Em 2022, esteve na Turquia e voltou de lá com o título mundial de low-kick (-60 kg), tal como já tinha feito em 2018 e 2019.
Atleta, treinadora e personal trainer da Escola de Kickboxing Fernando Paulo (com instalações na Nazaré, Caldas da Rainha, Leiria e Benedita), Francisca Cardoso viajou até à competição em Hull, Inglaterra, no Campeonato do Mundo de Kickboxing, da Internacional Combat Organisation (ICO).
Francisca Cardoso esteve a representar Portugal, mas a Federação Portuguesa de Kickboxing não tem condições para suportar as despesas resultantes da participação de todos os atletas em provas internacionais.
“Felizmente existem muitos atletas de kickboxing e a Federação não consegue apoiar todos da mesma forma. Faz uma aposta num pequeno grupo, que são os que integram a seleção nacional e suporta as despesas deles. Quanto aos restantes, como é o meu caso, terei que ser eu a pagar as despesas. No ano passado, por exemplo, foram 70 atletas de Portugal ao Campeonato do Mundo. É quase impossível à Federação suportar as despesas de todos”, explicou a atleta antes da partida ao REGIÃO DE LEIRIA.
Este fim de semana, decorre outra prova mundial em Munique (Alemanha), mas por representar um encargo superior, Francisca decidiu participar na prova em Inglaterra.
Além de Francisca Cardoso, o leiriense Duarte Santos também foi à competição, mas não competiu, por ausência de adversários.
Osvaldo Fernandes disse:
Veja este site http://wako.sport/en/ e talvez se dê conta de que a Francisca não participou em nenhum campeonato mundial de kickboxing. Há que distinguir o que é oficial do resto…
Valerio Puccini disse:
Francisca Cardoso esteve em representação de Portugal, mas a Federação Portuguesa de Kickboxing não tem condições para suportar as despesas resultantes da participação de todos os atletas em eventos internacionais.
Dito desta forma quase parece uma piada, até porque não está claro como é possível um atleta representar um país que não acredita poder encontrar recursos para apoiar os seus atletas em competições internacionais. É possível que o ministro do Desporto não consiga juntar 2 euros, talvez no opulento mundo do futebol, onde o dinheiro parece quase não ter valor, dado o que “ganham” jovens imberbes e com canelas frágeis. Entendo que a riqueza de um desporto depende essencialmente do seguimento e do que os “aficionados” estão dispostos a gastar. Mas, há sempre um mas… Sem necessidade de nos preocuparmos com o “sentimento desportivo” e a filosofia Decubertiniana, acredito que um jovem desportista que representa o seu país deve ter o reconhecimento e o apoio que merece, pelo seu empenho, pela sua paixão, pelo seu sacrifício. Todo o resto é barulho…