Cerca de duas mil pessoas manifestaram-se ontem, sábado, em Lisboa contra a localização do novo hospital do Oeste no Bombarral, deixando estudos e pareceres no Palácio de São Bento e prometendo “continuar as ações até serem ouvidos”.
“Hoje foi mais uma etapa num caminho que já dura há algum tempo”, contou à Lusa o presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, Vítor Marques, no final da manifestação que começou ao início da tarde com uma concentração em frente à Basílica da Estrela.
Apesar da chuva, “cerca de duas mil pessoas fizeram uma marcha até a residência oficial do primeiro-ministro” em protesto contra o anúncio do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, de construir o novo hospital no Bombarral”, relatou o presidente da autarquia que promoveu o protesto.
Os manifestantes defendem que a nova unidade de saúde deve ser construída num terreno entre Caldas da Rainha e Óbidos, garantindo que a sua posição é baseada em vários estudos e pareceres técnicos.
Foram precisamente esses documentos que entregaram na residência oficial do primeiro-ministro, onde deixaram também uma promessa: “Não vamos parar enquanto não formos ouvidos”, disse o autarca.
Entre as críticas ao anúncio do ministro da Saúde, Vitor Marques considerou que o “critério do tempo e da distância são muito redutores” e que o terreno escolhido tem “pouco mais de 50 hectares, o que não permitirá uma ampliação no futuro”.
Já a opção defendida pelos manifestantes passa por construir o hospital num terreno entre Caldas e Óbidos, “com 60 hectares, 25 dos quais são terrenos públicos”. Além disso, acrescentou, este hospital ficaria junto ao nó da A8, perto do A15 e do IP6, além de ser contíguo à linha férrea.
Vítor Marques lembrou estatísticas do Serviço Nacional de Saúde que indicam que mais de 75% dos atos médicos praticados nos hospitais são atos programados, salientando assim a importância da escolha de uma localização perto de vias rodoviárias e ferroviárias.
“Um hospital para o Oeste tem que ser integrado naquilo que é a rede hospitalar nacional”, disse ainda Vítor Marques.
O presidente da autarquia acrescentou ainda que o protesto surgiu após “pedidas várias audiências” a António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa “que nunca foram respondidas”.
Garantindo que vão continuar os protestos, o autarca disse que as próximas ações deverão ser dirigidas novamente ao primeiro-ministro e ao Presidente da República.