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Frederico e Cecília na Dinamarca: “É fascinante o nível de confiança que existe no país”

Três anos depois de se instalar em Randbøl, o casal faz um balanço muito positivo da decisão

O percurso de Frederico Lebre, 41 anos, é composto por uma série de peças que encaixam com o tempo.


Secção de comentários

  • VP disse:

    Outra história de sucesso…? Não, infelizmente mais um exemplo capaz apenas de demonstrar a falha de um Pais. Quando os melhores recursos saem de “casa”, ninguém pode, ou melhor, deveria ficar feliz com isso. Isto não representa o sucesso de um país que exporta conhecimento, enriquecendo outro com as suas competências. Pelo contrário, ao representar um sucesso individual, certifica simultaneamente a falha dele próprio, ou seja, do contexto que o obrigou a “escapar”. Muitos casos de “sucesso” são noticiados por este e outros jornais. Demasiada riqueza, em termos de competências, fugindo de um país que, por outro lado, acolhe cada vez mais pessoas sem profissões, sem competências mas apenas necessidades. Temos certeza de que esta estrada leva a algum lugar? Na realidade só podemos ter a certeza de um facto: se continuarmos assim o país apenas dará passos para trás. Em 2015 o país, segundo os indicadores de “bem-estar” da Comunidade Europeia, ocupava o 15º lugar entre 27, em 2022 tinha caído para o 21º. O que traduzido significa que está muito perto de atingir o fundo do poço. Moro aqui há 5 anos e ao longo do tempo fui e ainda me surpreendo com o sentimento de resignação que as pessoas parecem expressar ao se apoiarem no pouco que conseguem agarrar numa situação que é, no mínimo, “estagnada”. Sem a intenção de cometer o pecado da presunção “sociológica”, limito-me simplesmente a registar alguns aspectos que são, em qualquer caso, indicadores do estado de um contexto social. Todo mundo fuma como se não houvesse amanhã, dirige carro como se não houvesse código de trânsito, vai a qualquer evento como se fosse sempre a última festa do ano. Entretanto, a política utiliza argumentos que, neste contexto, parecem mais elementos de distração em massa. “Transição ecológica” e “alterações climáticas” num país com uma frota automóvel decididamente obsoleta, mas onde a maioria das pessoas não tem a possibilidade de comprar um carro novo. “Hospitalidade” num país onde o trabalho é precário e mal remunerado e onde a saúde pública apresenta dificuldades cada vez maiores a cada dia que passa. Então deveríamos estar felizes porque Frederico e Cecília encontraram a sua dimensão na Dinamarca? Claro, e certamente estamos por eles e pelos seus filhos, mas muito muito menos pelo país que os induziu a partir.

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