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Sociedade

Estudantes da ESAD manifestaram-se contra fecho de residência nas Caldas da Rainha

Munidos de cartazes, os estudantes entoaram palavras de ordem como “ação social não existe em Portugal” ou “temos direito à residência, da nossa parte não há cedência”.

Foto: IPL

Cerca de meia centena de estudantes manifestaram-se nas Caldas da Rainha contra o encerramento da residência estudantil, para a realização de obras, exigindo alojamentos alternativos até ao final do ano letivo.

O protesto foi organizado por estudantes da Escola Superior de Arte e Design das Caldas da Rainha (Esad.CR), polo do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), que dizem ter sido confrontados com “o encerramento iminente” da residência Rafael Bordalo Pinheiro, onde estão instalados cerca de 80 alunos deslocados, parte dos quais bolseiros.

Violeta Gregório, aluna do 1.º ano, natural do Porto, disse à agência Lusa, ontem, quarta-feira, que a residência “vai ser encerrada em janeiro, a meio do ano letivo”, sem que tenha sido dada aos alunos “uma explicação, uma razão concreta, um calendário concreto, sequer um dia específico do encerramento da residência ou uma data de reabertura”.

De acordo com a estudante, “está em causa a continuidade dos alunos deslocados nos cursos, por falta de alternativas de alojamento, nesta altura do ano”, bem como pela insuficiência do complemento de alojamento que vai ser pago aos bolseiros, uma vez que os não bolseiros nem têm direito, e que fica aquém do preço praticado nos alojamentos privados”.

Munidos de cartazes, os estudantes entoaram palavras de ordem como “ação social não existe em Portugal” ou “temos direito à residência, da nossa parte não há cedência”.

Num abaixo-assinado que vai ser enviado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e aos Serviços da Ação Social do IPL, os estudantes criticam a ausência de resposta sobre a data em que a residência fecha, considerando que o facto de não saberem atempadamente o calendário da intervenção os impede “de garantir um quarto a título próprio, vivendo assim numa instabilidade tremenda”.

No documento reconhecem que “as obras e uma intervenção na residência possam ser necessárias”, mas defendem que não podem ser executadas “sem serem dadas alternativas de alojamento estudantil público aos residentes” e sem que “todo o processo seja devidamente descrito aos estudantes com transparência”.

Os estudantes consideram que “os complementos de alojamento e deslocação” que receberão face ao encerramento da residência “não chegam, atendendo à situação atual da crise da habitação que o país enfrenta, para pagar uma renda nas Caldas da Rainha.

Por isso, exigem ao IPL e ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior “um calendário específico das datas de encerramento e abertura da residência a ser fornecido com a máxima urgência a todos os residentes; o aumento do valor dos complementos de alojamento e deslocação e o alargamento a todos os estudantes”, além do “cumprimento do Plano Nacional de Alojamento para o Ensino Superior (PNAES) e das suas metas”, nomeadamente a construção de uma nova Residência das Caldas da Rainha, já prevista, mas ainda não concretizada.

Os estudantes solicitam igualmente um esclarecimento relativamente às obras que serão realizadas e interrogam “se implicam o encerramento durante o calendário letivo”.

Questionado pela Lusa, o IPL esclareceu que aquando do período de candidatura ao alojamento “todos os estudantes colocados na Residência Rafael Bordalo Pinheiro foram antecipadamente informados de que só seria possível assegurar o alojamento naquela residência durante o 1.º Semestre de 2023/2024”.

De acordo com o instituto, a residência irá ser intervencionada para requalificação ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), “visando a melhoria das condições de habitabilidade, conforto e segurança para os estudantes”, decorrendo as obras ao longo do 2.º semestre do ano letivo.

O IPL adiantou ainda estar “a desenvolver várias diligências no sentido de encontrar alternativas de alojamento para os estudantes que atualmente se encontram na referida residência” e que os alunos realojados no 2.º semestre “poderão auferir de um complemento para alojamento para fazer face às despesas extraordinárias” que poderão ter com o alojamento particular.

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