Leiria vai voltar a sair à rua este sábado, para uma ação de sensibilização em prol do acesso à habitação.
A iniciativa é do movimento nacional Porta a Porta – Casa para Todos, que conta com um núcleo em Leiria constituído por dezenas de pessoas entre os 20 e os 40 anos.
Bruno Leitão, um dos três responsáveis pela organização do movimento em Leiria, explica ao REGIÃO DE LEIRIA que a ação deste sábado está integrada numa atividade nacional, que decorrerá ao longo de três dias. Em Leiria, foi escolhido o dia 25, pelas 18 horas, para o grupo distribuir panfletos e afixar faixas na Fonte Luminosa, de forma a dar a conhecer o movimento e os objetivos do mesmo.
O movimento Porta a Porta – Casa para Todos enviou também uma delegação a Bruxelas no passado dia 15 de novembro. Aproveitando o convite dos eurodeputados do Partido Comunista Português para visitar o Parlamento Europeu, o grupo, incluindo o leiriense Bruno Leitão, decidiu manifestar-se em frente ao Parlamento, exigindo soluções para os problemas de acesso à habitação que existem atualmente.
Bruno Leitão, apesar de se considerar “um privilegiado”, por ter o seu próprio negócio – é proprietário do restaurante Raízes, em Leiria – reconhece que nem sempre foi assim e que também já esteve numa posição em que “não estava seguro”, “nem conseguia ver a luz ao fundo do túnel”.
O leiriense conta que se juntou ao movimento porque sempre teve interesse em causas da habitação pública, mas também porque vê os amigos e os seus clientes em situações complicadas. “Amigos meus compraram casa para fugir ao aumento das rendas, e de repente as taxas de juro sobem, os bancos com 12 milhões de lucros líquidos por dia. E essas pessoas passaram de pagar 400 euros para pagar 800, algumas mais de mil euros”, exemplifica.
Bruno Leitão diz que tem também amigos “já com 30 anos, que têm de receber apoio dos pais para poderem pagar a própria casa”.
“Em Leiria, temos muita gente a ir viver para casa de familiares”, sublinha, dizendo que foi “esta revolta” que o fez juntar ao Porta a Porta.
Exigir que as políticas de habitação da União Europeia sejam revertidas, descer as taxas de juros que “garantem lucros milionários à banca por conta dos pagamentos de créditos à habitação”, regular as rendas, proibir os despejos “sem alternativa de habitação digna”, criar e aumentar o parque público de habitação são as medidas exigidas pelo movimento.