O projeto “Se não vestes, valoriza!”, para reciclagem e valorização de têxteis, recolheu seis toneladas de peças no primeiro ano da iniciativa, anunciou a Câmara de Leiria, que espera alcançar as 10 toneladas este ano letivo.
Numa nota de imprensa, a autarquia explicou na quinta-feira, dia 23, que neste primeiro ano “foram implementados 19 pontos de recolha em estabelecimentos de ensino, cinco na Câmara Municipal de Leiria e um ponto de recolha nos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS)”.
“Relativamente aos resíduos têxteis, destaque-se que 88% dos mesmos foram recolhidos nos estabelecimentos de ensino participantes, 09% na Câmara Municipal de Leiria e 03% nos SMAS”, adianta.
Segundo o município, o produto final resultante deste processo serve de “matéria-prima para novos produtos, numa lógica de economia circular”.
Por cada peça que seja recolhida no estabelecimento de ensino, é atribuída pontuação e os pontos acumulados são, no final, “convertidos em produtos de economia circular”, a distribuir por aqueles.
Às escolas participantes neste primeiro ano foram entregues produtos resultantes da reciclagem efetuada, entre cabides, suportes de telemóvel, ‘kits’ de cultivo de microvegetais, mantas e mochilas.
“Algumas peças de vestuário em segunda mão, por se encontrarem em bom estado, ficam disponíveis na plataforma/montra de peças entregues pelo Município de Leiria”, esclareceu.
De acordo com a nota de imprensa, face aos resultados positivos e ao envolvimento da comunidade escolar, o Município de Leiria, que foi o primeiro município do distrito a participar neste projeto, irá dar continuidade do projeto em 2023/2024.
“Tal como no ano piloto, todos os participantes estão inscritos numa plataforma de recolha do Município de Leiria e, após sessões de sensibilização em cada estabelecimento, serão colocados contentores específicos para recolha de peças de vestuário/têxtil por toda a comunidade escolar, que posteriormente serão processadas pela entidade ToBeGreen”, acrescentou.
O vereador Luís Lopes, que tem, entre outros, o pelouro do Ambiente, realçou que este projeto permitiu desviar de aterro seis toneladas de têxteis, o que “acaba por ser um indicador importante e interessante para os próximos anos”, dado que, “até hoje, não havia registo de recolha de têxteis e, acima de tudo, de valorização de têxteis”.
“Isso é que é importante que as pessoas percebam, o que vai para aterro acaba por ser faturado como sendo resíduo indiferenciado”, alertou, assinalando que “estas seis toneladas acabaram por ser reconvertidas em novos tecidos, em nova utilização”, além de que muita roupa entregue foi “revista e reutilizada através da loja virtual”.
O objetivo para este ano letivo é aproximar das 10 toneladas de têxteis recolhidas, declarou Luís Lopes.
Questionado sobre se o número de pontos de recolha deve ser aumentado, o autarca frisou que este projeto tem a “verdadeira mais-valia” no “facto de ser um projeto de educação ambiental” e de se conseguir, “através das escolas, que têm um universo de milhares de pessoas no concelho, mobilizar não só os alunos, mas, acima de tudo, as famílias”.
“Daí a aposta forte nos estabelecimentos de ensino”, justificou, referindo que neste segundo ano do projeto “Se não vestes, valoriza!” também vai participar uma instituição particular de solidariedade social que trabalha com idosos.
Luís Lopes sublinhou a este propósito que “não existe uma faixa etária específica para aderir a este projeto”, que “tem interesse para toda a comunidade