A Câmara de Figueiró dos Vinhos, no norte do distrito de Leiria, aprovou por maioria o orçamento para 2024, no valor de 15,6 milhões de euros, mais 12% do que o deste ano.
À agência Lusa, o presidente da autarquia, o socialista Jorge Abreu, destacou em termos de investimento o passadiço complementar das Fragas de São Simão (da aldeia até à ermida do Casal São Simão) e a Estratégia Local de Habitação, neste caso com uma dotação de 888 mil euros (compra e reabilitação), ou a variante norte, “importante para o trânsito na vila”.
A reabilitação da escola secundária (que pode chegar aos quatro milhões de euros) e a requalificação da piscina municipal são outros dos investimentos elencados por Jorge Abreu.
Já na área social, apontou a continuidade dos apoios, exemplificando com o cartão sénior, para idosos, e o “Figueiró Cuida +”.
Neste último caso, estão contemplados, por exemplo, os incentivos à natalidade, a comparticipação de vacinas fora do Plano Nacional de Vacinação e da frequência da creche, ou a aquisição de medicamentos e o apoio ao arrendamento.
Ainda no âmbito social, referiu a criação da equipa Radar Social, explicando tratar-se de um apoio “enquadrado no PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]”.
“É a criação de uma equipa que serve para georreferenciar e localizar tudo o que são famílias no concelho com dificuldades, carenciadas, para apoio”, esclareceu.
Na área da floresta, Jorge Abreu adiantou estar “em análise mais 10 ‘Condomínios Aldeia’ e um valor também significativo para a silvicultura preventiva, ou seja, as faixas de gestão de combustíveis”.
Jorge Abreu perspetiva para 2024 “dificuldade, nomeadamente nas aprovações de candidaturas do PRR”, devido à crise política no país.
“Acho que as coisas estão um pouco tardias e fico preocupado”, disse, esperando que a crise política “não venha a afetar” em termos de candidaturas, sobretudo ao nível do PRR.
Jorge Abreu, que está no último mandato (termina em 2025), adiantou que gostaria de ver concretizada até lá a requalificação da escola secundária.
“Atendendo ao estado em que se encontra atualmente, já não tem obras há muitos anos, esta requalificação era extremamente importante”, declarou.
O vereador Filipe Silva (PSD) justificou a abstenção por considerar este um orçamento que “fica aquém dos anseios” dos sociais-democratas e do que a população necessita.
Apontando uma “lacuna muito grande” na área da saúde, enquanto a floresta é “vista sempre numa perspetiva preventiva e não de incentivo e estímulo aos proprietários florestais”, Filipe Silva notou, ao nível do tecido empresarial, “uma falha muito grande nos apoios às empresas que estão no concelho e na captação de investimento”, assim como no comércio local.
“São três vertentes que podiam ser melhoradas”, considerou o vereador.
Por seu turno, Carlos Lopes (Movimento Figueiró Independente) salientou, na declaração de voto, que a sua abstenção “justifica-se pelo compromisso (…) de contribuir para assegurar a governabilidade e a estabilidade da vida concelhia”.
Enumerando as propostas que apresentou, mas não tiveram acolhimento no executivo socialista, Carlos Lopes assinalou, contudo, outras que “tiveram de forma direta ou indireta eco”, como a aquisição de espaços “visando a oferta de novos espaços para instalação de novas empresas”, a “requalificação do espaço do Centro de Saúde” ou a “perspetiva de aquisição e alienação de lotes e parcelas de terreno destinadas a habitação social e a custos controlados compatíveis com a tendência do mercado”.