Os dados que dão o mote para a redação deste artigo foram recolhidos, junto de empresas do concelho da Marinha Grande, visando realizar um diagnóstico social, no âmbito da implementação do meu projeto enquanto Assistente Social Autónoma prestadora de serviços sociais em contexto empresarial e salientam o pouco investimento na área da Responsabilidade Social, designadamente, na implementação de políticas e certificação na área; a ausência de visão da Responsabilidade Social como investimento que gera vantagem competitiva; o reconhecimento da importância dos colaboradores e do investimento na sua qualidade de vida como estratégia motivacional e motor de produtividade, ainda como uma realidade em formação, sem componente prática e o desconhecimento de medidas de Responsabilidade Social realizadas junto da comunidade, designadamente, ações de voluntariado corporativo, bem como, a pouca abertura empresarial para a adoção de estratégias nas duas últimas áreas referidas.
As respostas corroboram a premissa inicial deste trabalho relativamente ao pouco conhecimento e investimento no tema e evidenciam que o conceito em análise é pouco explorado, designadamente, nas vantagens competitivas em que se pode traduzir para as empresas e expressam a necessidade de se aumentar o conhecimento na área da Responsabilidade Social Empresarial, de se alargarem visões e focarem novos prismas de investimento para que possamos evoluir com sucesso, respeitando questões tão fundamentais como direitos humanos.
Os temas como responsabilidade social, sustentabilidade, desenvolvimento sustentável, cidadania empresarial e outros, tão em voga atualmente, só estarão a ser alvo de verdadeiro investimento quando considerados em todas as suas dimensões.
O investimento nas pessoas é fundamental para o sucesso duradouro das empresas e só será um verdadeiro investimento, se forem ouvidas e consideradas necessidades individuais que, na realidade, afetam diariamente o rendimento coletivo e o resultado final de cada organização. A inovação ao nível da integração de ferramentas especializadas que se foquem na promoção da qualidade de vida dos colaboradores, acompanhada de estratégias que fomentem uma relação próxima, mas rigorosa, com as necessidades das comunidades que acolhem as empresas, representa um passo à frente, no tão necessário e longo caminho da Responsabilidade Social enquanto realidade contemporânea em Portugal.
Ainda que outros profissionais possam estar a ser chamados para estas tarefas, a especificidade de conhecimento do Assistente Social, seja numa perspetiva de intervenção de casos, grupos ou comunidades, bem como, as metodologias características da profissão, designadamente, de abrangência sistémica e os princípios base que norteiam a sua intervenção, asseguram que o Serviço Social tem e deve reclamar para si, um lugar no contexto da Responsabilidade Social Empresarial.
Bárbara Prudêncio
Marinha Grande