Ouvidos os leitores que entenderam dar o seu contributo, procurámos ainda que várias personalidades, a convite do nosso jornal, olhassem para o futuro. Inês Apenas, artista e compositora de Leiria, é sintética, mas ambiciosa. Expressa o desejo por uma região que apoie artistas emergentes e respeite todas as formas de expressão individual, incluindo liberdade de género e sexual.
Como deve ser Leiria daqui a 20 anos? Confira estratégias para a região
O próximo par de décadas pode ser desafiante, mas também palco para objetivos mais ou menos utópicos. O futuro peca por ser teimosamente inatingível, mas ganha em ser campo aberto para todos os desejos e propostas. Que região queremos para os próximos 20 anos?
VP disse:
Queria postar um comentário que sublinhasse os vários aspectos levantados por este artigo mas infelizmente as minhas forças são muito limitadas, admito a derrota. Poucas vezes na minha já longa vida li uma lista tão longa e detalhada de palavras que, apesar de sem sentido, todas juntas conseguiam fingir um discurso. Uma fila interminável de banalidades, estereótipos, pensamentos de “redes sociais” disfarçados de ideias “woke” que na verdade são a mesma coisa. Tudo isto num país que ainda hoje, passados vinte anos, integra a sua parca economia com subsídios europeus e que, na ausência destes, nem sequer conseguiria criar um parque de estacionamento na Nazaré, onde a contribuição europeia representou 80%, ou para renovar o castelo de Tomar onde, num orçamento de 1.075.000€, a contribuição europeia ascendeu a um milhão. Pode não ser que os problemas sejam diferentes da filosofia do verde, da descarbonização, dos direitos para todos, da ideia de uma sociedade multicultural sem uma ideia subjacente sólida que permita uma integração real, das ciclovias que ninguém utiliza..? Infelizmente, a vida real, de pessoas que se levanta para ir trabalhar, mal remunerado, todas as manhãs, fala outra língua, feita de sacrifício, de fogões a lenha, de casas sem gás e sem aquecimento em casa. De rendas que não podem ser pagas e de contas que continuam a crescer apesar de tudo. De salários mínimos com os quais, além de pagar o BMW ao patrão, se deve esforçar para conciliar o almoço com o jantar. Numa cena de um bom filme que me lembro, o protagonista disse esta frase que me parece espirituosamente apropriada: “vai vender loucura em outro lugar, já estamos cheios aqui…”