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E se o Estado concedesse benefícios fiscais para quem tem animais?

A esterilização de uma cadela pode custar 150 euros, uma consulta no veterinário uns 25, uma cirurgia outros 200. Não há bolso que chegue para tanta despesa, mas se o Estado ajudasse haveria menos animais abandonados.

A esterilização de uma cadela pode custar 150 euros, uma consulta no veterinário uns 25, uma cirurgia outros 200. Não há bolso que chegue para tanta despesa, mas se o Estado ajudasse haveria menos animais abandonados.

Uma ida ao veterinário, uma vacina, uma esterilização, uma operação ou o despiste de doenças que podem ser fatais representam custos astronómicos para as famílias. No contexto actual de crise, chegam mesmo a ser incomportáveis. Resultado: aumentam os abandonos, as entregas de animais nos canis e os abates.

Para inverter esta situação, o Movimento Partido da Terra da Madeira (MPT-M) anunciou a intenção de apresentar uma proposta que vise atribuir benefícios fiscais aos donos dos animais de estimação, em sede de IRS, através da dedução à colecta das despesas com assistência médica veterinária e medicação.

A medida é aplaudida pelas associações de defesa de animais que se vêem confrontadas, cada vez mais, com pedidos de ajuda.

Ainda na passada semana, Maria dos Anjos Vieira, da Associação Zoófila de Leiria (AZL), deparou-se com o caso de uma gata que tinha uma úlcera num olho. Precisava de ser operada ou teria de ser abatida. O custo da cirurgia para um particular ronda os 200 euros. A gata foi operada ao abrigo dos protocolos que as associações têm com algumas clínicas. Mas a verdade é que outros cuidados essenciais, como a esterilização de uma cadela, podem também atingir esse valor. “O preço mínimo de uma esterilização é de 150 euros”, referindo que a medicina veterinária é mais cara do que a das pessoas.

Uma questão de saúde pública

“Por que não deduzir no IRS as receitas de saúde e de medicamentos para os animais, e que são também vendidos em farmácias?”, questiona a responsável, que defende que as vacinas deveriam ser deduzíveis.

Segundo Maria dos Anjos Vieira, trata-se de uma questão de saúde pública. Basta atender à leishmaniose, uma doença parasitária provocada pela picada de um mosquito mas que pode ser transmitida ao ser humano. A respectiva vacina é aplicada em três doses e custa 120 euros, realça.

Carla Simões, presidente da Ajudanimal, em Pombal, partilha das mesmas preocupações e insiste na necessidade de despistar doenças tão graves como a leishmaniose e a dissilariose (doença também provocada pela picada de um mosquito que se instala no coração). No entanto, e devido ao custo associado, a maioria dos donos não a realiza. Por outro lado, quando a doença é detectada, as alternativas passam pelo abate do animal ou pelo tratamento, e este também tem custos. Como também tem o da sarna, que pode ultrapassar os cem euros.

“As pessoas ficam de pé atrás, mas se houvesse ajudas, preocupar-se-iam mais”, sustenta, considerando que “as pessoas têm de ter a noção de que um animal é um membro da família”, deve ser acarinhado e cuidado como tal.

Martine Rainho


Secção de comentários

  • Narc disse:

    F*da-SE! então quem tem filhos não tem deduções de jeito e agora por ter um piriquito ou um rafeiro vamos ter dedução????? este mundo está mesmo de pantanas. Não vou poder deduzir a prestação da casa, que vai terminar, tenho limites para deduções na escola dos meus filhos e agora estão a sugerir que possa descontar a consulta do rato da índia??

  • E.V. disse:

    Bom e importante artigo… Pena que tenha alguns erros de monta:

    1) Não se diz "deduzíveis", mas sim "dedutíveis".
    2) Não existe "dissilariose" mas "dirofilariose".
    3) O texto dá a entender que a leishmaniose canina pode ser contagiosa para os seres humanos, quando apenas é transmitida através da picada do mosquito flebótomo.

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