Cerca de 3.450 pessoas assinaram em quinze dias a petição pública online para a prevenção e resposta ao desaparecimento de pessoas com demência. Entre as ações propostas, o documento, lançado a 6 de janeiro, defende o “efetivo cumprimento pelos serviços e unidades de saúde do direito ao acompanhamento” das pessoas com demência.
O reforço da segurança e a formação dos profissionais de segurança em instituições hospitalares para um controlo efetivo das saídas dos utentes é outra reivindicação do movimento cívico de amigos e familiares de Avelina Ferreira, de 73 anos, que desapareceu a 12 de dezembro após ter dado entrada de ambulância nas urgências do Hospital S. Francisco Xavier, em Lisboa.
“Não obstante ter havido por parte do seu acompanhante, o marido, o especial cuidado de sinalizar várias vezes o facto de Avelina ter demência e de precisar de acompanhamento constante, não lhe foi permitido acompanhá-la, tendo sido barrado na sala de espera da instituição hospitalar”, adianta o movimento no documento, em que dá conta do facto de Avelina Ferreira ter saído do hospital pouco depois da sua entrada, “sem que tenha sido observada, enquanto aguardava sozinha numa sala”.
Casos recentes em Leiria
O recente desaparecimento de pessoas com demência tem também motivado nas últimas semanas várias operações de buscas em Leiria. A 20 de dezembro, Palmira Gaspar, de 82 anos, desapareceu na freguesia de Monte Real e Carvide após ter saído de casa para realizar a sua habitual caminhada. Nesse dia, contudo, não regressou, tendo as buscas sido infrutíferas.
Na última sexta-feira, o desaparecimento de Maria Rosa, de 89 anos, que também saiu de casa, no Vidigal, para uma caminhada, mobilizou diversas forças policiais e Proteção Civil. A octogenária foi encontrada no dia seguinte, à tarde, com “um pequeno ferimento e sinais de hipotermia”, adiantou ao REGIÃO DE LEIRIA o comissário da PSP de Leiria André Antunes. Maria Rosa foi transportada para o hospital de Leiria, onde continuava internada na terça-feira.
Para facilitar a localização das pessoas desaparecidas, a petição defende ainda a obrigatoriedade de colocação de uma pulseira distintiva nas pessoas com demência aquando da sua deslocação e permanência em serviços e unidades de saúde, bem como a adoção de um dispositivo de geolocalização e/ou de alarme na saída das instalações de saúde.
Mas não só. O documento, também dirigido às forças policiais, sugere a criação de um “ponto de contacto único para casos de desaparecimento; clareza na informação prestada; celeridade nos processos administrativos: e a garantia de que casos de desaparecimento, onde o fator tempo é determinante, não sejam afetados pelos tempos de férias judiciais”.
O movimento pede ainda “celeridade no pedido de consulta de câmaras de vigilância a localizações vizinhas”, bem como a “ativação de uma rede de profissionais de rua” para divulgação de avisos de desaparecimento através de um sistema de mensagens à semelhança dos alertas lançados pela Proteção Civil.
A criação de um mapeamento online de organizações sociais que apoiam as pessoas em situação de sem-abrigo ou de vulnerabilidade é outra das propostas apresentadas.
ALMERINDO MORAIS DE CARVALHO disse:
Acabei de ver a reportagem na TVCM o que aconteceu com Avelina Ferreira-mas isso é caso corrente em todos os hospitais públicos pois os trabalhadores de saúde apenas cumprem ordens de quem está a superintender o serviço ,como já pude verificar pessoalmente.Não é cansaço ou falta de boa vontade dos funcionários mas ameaças do chefe de serviço.Não sei qual o gozo pois já se passou comigo e reclamei-mas o caso ficou encoberto.Estamos entregues a uma seita.Vejam o caso do Presidente da Câmara de Sernancelhe-com o acórdão do Tribunal e diz que no concelho quem é a lei -é ele.É uma vergonha!