O montante de água não faturada pelos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) de Leiria ascendeu a 3,4 milhões de metros cúbicos em 2023, representando cerca de 1,8 milhões de euros.
De acordo com Ricardo Santos, vereador com o pelouro dos SMAS, as roturas em condutas e usos ilícitos explicam aqueles valores.
Em 2023, “foram detetadas 181 ligações indevidas que deram origem a corte e aplicação de tarifário por utilização indevida”, declarou Ricardo Santos à agência Lusa, que regista uma diminuição face ao ano anterior.
Em 2022, a água não faturada no concelho de Leiria equivaleu a cerca de 2,2 milhões de euros, relativos a 3,6 milhões de metros cúbicos.
Ainda segundo o autarca, no ano passado, o volume de água distribuído no concelho foi na ordem dos 10,3 milhões de metros cúbicos, registando-se uma diminuição face ao ano anterior.
Dívida aos SMAS rondam 3,6 milhões de euros
Já a dívida total aos SMAS, com 70 mil clientes, emitindo anualmente cerca de 900 mil faturas, foi de quase 3,6 milhões de euros o ano passado. Deste valor, 1,6 milhões de euros correspondiam a dívidas superiores a 90 dias, sendo que a dívida total em acordo foi de 293 mil euros.
Em 2022, a dívida total atingiu 3,7 milhões de euros (1,7 milhões de euros superior a 90 dias) e em 2021 foi na ordem dos quatro milhões de euros (1,9 milhões de euros superior a 90 dias).
O autarca realçou que no ano passado e relativamente a 2021, verificou-se “uma redução de 18% na dívida superior a 90 dias (7% relativamente a 2022), tendo-se conseguido vencer o impacto da pandemia sentido em 2021”.
Ricardo Santos salientou também que, em 31 de dezembro de 2023, “a dívida a mais de 90 dias correspondia a 6% da totalidade da faturação emitida em 2023”.
Defendendo que “uma relação contratual bem-sucedida assenta não apenas no rigor com que as partes exigem que os seus direitos sejam respeitados, mas também no zelo com que as mesmas cumprem com as suas obrigações”, o vereador adiantou que, no caso da diminuição da dívida, contribuíram várias medidas implementadas nos últimos dois anos.
A “criação de estratégias de cobrança preventivas”, para “maximizar os recebimentos e aumentar a eficácia do processo de cobrança, com o objetivo de garantir a sustentabilidade financeira no equilíbrio necessário para a gestão dos SMAS de Leiria, e “mecanismos de alerta ao devedor por contacto telefónico e SMS” são dois exemplos elencados.
Os SMAS enviam, “em média, 12 mil SMS por mês com alertas para o pagamento”, referiu.
Ainda segundo o autarca, no âmbito destas medidas está, também, o “acompanhamento sistemático da dívida em acordo de pagamento”, sendo que este “permite a recuperação da dívida tendo em conta a capacidade do cliente para cumprir com os seus pagamentos”.
A sensibilização para a existência de tarifários especiais e a aposta na adesão à fatura eletrónica e débito direto (atualmente 32% dos clientes aderiram à fatura eletrónica e 56% têm débito direto) foram outras das medidas criadas, acrescentou Ricardo Santos.