O presidente da Câmara de Leiria teme que a supressão do serviço de passageiros na Linha do Oeste entre Caldas da Rainha e Figueira da Foz resulte no aumento da sinistralidade rodoviária.
“Não existindo linha de caminho-de-ferro vai-se acentuar a pressão sobre a utilização de veículos automóveis que, depois, suscitam pressão sobre as vias rodoviárias, aumentando a probabilidade de acidentes rodoviários”, explicou Raul Castro, em declarações à agência Lusa.
O autarca lembra também que “a população que vai ser afetada por outro tipo de aumentos e que vai ter de economizar” deixa de ter como alternativa o transporte ferroviário na região, defendendo que “os leirienses são penalizados com esta medida do Governo”.
“Se por um lado podemos entender porque os custos são demasiado elevados para a receita produzida, tem que se ter em conta quanto vale o interesse social da utilização desta linha”, sublinha.
O presidente da Câmara de Leiria garante que vai levantar o assunto junto da Comunidade Intermunicipal do Pinhal Litoral, da qual faz parte Marinha Grande, outro dos municípios afetados.
“Já percebemos que a suspensão pode ditar o seu fim permanente” e, por isso, “vamos debater esse assunto”, disse Raul Castro, mostrando-se disponível para fazer tudo o que estiver ao seu alcance “para defender os interesses da região”.
O Governo vai desativar até ao final do ano os serviços de passageiros nas linhas ferroviárias do Leste, do Vouga e do Oeste, entre Caldas da Rainha e Figueira da Foz, segundo o Plano Estratégico dos Transportes.
Uma decisão que consta do documento que define as linhas orientadoras para os transportes entre 2011 e 2015 e que, também no caso da Linha do Oeste, prevê que a linha seja apenas utilizada para o transporte de mercadorias, sendo assegurado transporte rodoviário alternativo.
Lusa