“Só eu sei, e a equipa téncica, o que vivemos neste clube, e esta decisão [de voltar] deve-se a uma gratidão que temos com as pessoas e a cidade de Leiria”. Foi, desta forma, que Filipe Cândido justificou hoje, segunda-feira, o regresso ao comando técnico da União de Leiria.
O treinador afirmou sentir uma “paixão pelo clube” e lembrou que viveu momentos complicados, nas duas passagens anteriores pela SAD leiriense, mas teve um papel importante para que o “clube não desaparecesse”.
Filipe Cândido esteve na União de Leiria nas épocas 2018 a 2020, ainda no Campeonato de Portugal, e regressou em 2020/2021, já na Liga 3, mas só orientou sete jogos, trocando o clube do terceiro escalão nacional pela B SAD, na I Liga.
E se, da primeira vez, o técnico e todo o plantel enfrentaram dificuldades financeiras, no final de 2019, com um grupo de adeptos da União de Leiria a suportar financeiramente as despesas da temporada, na época 2020/2021, Filipe Cândido acabou por se transferir para a B SAD, na I Liga, de forma a contribuir para a entrada de verbas para os cofres do clube leiriense.
“[O Filipe] foi alguém que teve atitudes e não palavras, para a sobrevivência deste clube e isso é algo que valorizamos. Esteve cá quando foi muito cobiçado e tivemos de o transferir” para a entrada de verbas fundamentais para os clubes, explicou Armando Marques.
“Ele saiu de um projeto inacabado. Esperamos todos que aquilo que não foi feito num passado muito recente seja concretizado agora. Ele era a pessoa que estava melhor colocado para terminar a época e na próxima época enfrentar os desafios. A sorte do Filipe será a sorte da União de Leiria”, acrescentou.
O voto de confiança dado ao “timoneiro” foi o rastilho necessário para Filipe Cândido voltar, num momento em que vivia a primeira experiência internacional, no Boavista – Rio de Janeiro, no Brasil, e se preparava para disputar os dois jogos da final da Taça do Rio, frente ao Botafogo.
“Só a União de Leiria me poderia fazer trocar a final da Taça do Rio por oito jogos da II Liga e o que aí vem no futuro”, afirmou, esta tarde, na conferência de imprensa de apresentação, considerando ainda assim “que foi uma decisão difícil”.
Com oito jornadas por disputar na Liga 3, Filipe Cândido quer conquistar o maior número de pontos possível, a começar já no próximo sábado, na receção ao Nacional e onde não pode contar com Pawel Kieszek e Vasco Oliveira, ausentes por castigo.
“Nesta Liga jamais se pode vacilar e facilitar. (…) O plantel tem qualidade, passou por alguma turbulência e está desfalcado, mas tem o seu valor para discutir, em cada jogo, os três pontos”, disse, salientando que a prioridade será garantir a manutenção.
A acompanhar Filipe Cândido estará a equipa técnica composta por Hélder Fonseca, Pedro Silva, José Carlos e Carlos Pereira. O vínculo foi formalizado até junho de 2025.
Quem também não foi esquecido nesta conferência de imprensa foi Vasco Botelho da Costa. O antigo treinador da União de Leiria, e a sua equipa técnica, foram elogiados pelo presidente Armando Marques e pelo sucessor Filipe Cândido, pelo trabalho desenvolvido no clube, com a subida aos campeonatos profissionais de futebol.
“Quero fazer um reconhecimento a ele [Vasco Botelho da Costa] e toda a sua equipa, porque ele conseguiu algo que este clube ambicionava há muito tempo e que ficará para sempre gravado na história da União de Leiria”, justificou Armando Marques, mencionando que a decisão da rescisão foi tomada depois de conhecida a vontade do técnico em sair no final da época.
