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Castanheira de Pera

Castanheira de Pera avança com trabalhos para 10 Condomínios de Aldeia

O concurso foi publicado esta segunda-feira em Diário da República e tem um preço base de 468 mil euros.

Imagem da fachada principal do edifício da Câmara Municipal de Castanheira de Pera
Joaquim Dâmaso

A Câmara de Castanheira de Pera vai avançar com os trabalhos para 10 Condomínios de Aldeia, para tornar o território mais resiliente aos incêndios, disse ontem o presidente da autarquia António Henriques.

O concurso público, denominado aquisição de serviços para a instalação de 10 Condomínios de Aldeia (Coentral Barreiras_Fojo, Coentral Grande, Sarnadas, Pisões, Bolo, Válsea, Moredos, Vale Moinho, Carregal Cimeiro e Sarzedas do Vasco), ontem publicado em Diário da República, tem um preço base de cerca de 468 mil euros sem IVA.

“São projetos que têm um impacto muito grande nas nossas aldeias do ponto de vista económico e, principalmente, na resiliência das aldeias aos incêndios, e têm como grande objetivo mudar uma paisagem florestal para uma paisagem agrícola na faixa dos 100 metros junto das aldeias, nas áreas de proteção às aldeias”, afirmou à agência Lusa António Henriques.

Segundo o autarca, “cada Condomínio de Aldeia tem um limite máximo de 50 mil euros de intervenção financiada a 100% pelo Fundo Ambiental”, havendo aldeias “com maior área de intervenção em que o valor remanescente é suportado pelo município”.

António Henriques adiantou que são projetos que envolvem os proprietários de terrenos e “muito contacto” com a população, além de compreender várias ações, desde o corte da floresta ao processo de plantação.

“Temos como objetivo até ao final de 2025 ter estes 10 Condomínios de Aldeia concluídos”, declarou, revelando que a autarquia submeteu mais 26 aldeias a este programa, decisão que espera ser favorável.

Se assim for, praticamente todo o concelho vai estar envolvido neste projeto, “bastante importante do ponto de vista da resiliência e da valorização económica do território”, apontou.

“Todas as ações que fazemos no âmbito da floresta têm como principal objetivo a valorização e a segurança de pessoas e de bens. (…) Quando estes projetos estiverem concluídos, naturalmente que teremos um território mais seguro, mas também mais valorizado”.

De acordo com o presidente da autarquia, esta iniciativa tem um “impacto económico” ao “acrescentar valor a terrenos que, muitas vezes, acabam por estar abandonados”.

“A propriedade rústica nestes territórios é vista como um custo e não como um proveito, e as pessoas acabam por abandonar, pela idade, pelo desânimo”, referiu, considerando que os Condomínios de Aldeia podem inverter esta situação.

De acordo com o sítio na Internet da Direção-Geral do Território, Condomínio de Aldeia é um programa de apoio às aldeias localizadas em territórios de floresta.

O programa “apoia um conjunto de ações destinadas a assegurar a alteração do uso e ocupação do solo e a gestão de combustíveis em redor dos aglomerados populacionais”.

“Os Condomínios de Aldeia incentivam os proprietários a assumir a manutenção dos terrenos, garantindo a sua limpeza e promovendo uma ocupação do solo geradora de rendimentos. Têm uma forte componente participativa e de envolvimento da comunidade local, em prol do desenvolvimento económico sustentável destes aglomerados populacionais”, segundo aquela direção-geral.

Castanheira de Pera foi um dos concelhos afetados pelos incêndios que deflagraram em junho de 2017 em Pedrógão Grande e que provocaram a morte de 66 pessoas, além de ferimentos a 253 populares, sete dos quais graves. Os fogos destruíram ainda cerca de meio milhar de casas e 50 empresas.

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