Os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) de Leiria vão investir cerca de 740 mil euros num serviço complementar à rede de saneamento, segundo um concurso hoje publicado em Diário da República.
“Este concurso corresponde a um serviço de despejo de fossas que temos no concelho, irá abranger basicamente o edificado que não está ligado à rede de saneamento, cuja taxa de cobertura já atingiu cerca de 95%”, afirmou à agência Lusa o vereador Ricardo Santos, que tem, entre outros, o pelouro dos SMAS.
De acordo com Ricardo Santos, há uma “franja de edifícios que ainda não tem esta rede disponível”, pelo que a autarquia disponibiliza este tipo de serviço, prestado mediante requerimento apresentado pelo munícipe nos SMAS.
“Acaba por ser um aditamento àquilo que é a taxa de cobertura de saneamento”, declarou o autarca, explicando que “este serviço será pago em função daquilo que é o consumo de água, como se se tratasse de um cliente normal da rede de saneamento”.
O vereador lembrou que o concelho tem uma “área bastante grande” (565,09 quilómetros quadrados) e “com uma grande dispersão em termos de lugares”, havendo “um conjunto de moradias que acabam por estar isoladas e bastante distantes daquilo que é a rede existente de coletores e de emissários”.
“Estando em causa, do ponto de vista técnico e financeiro a execução deste prolongamento da rede de coletores, consideramos que este é o serviço” para “dar resposta àquilo que são as necessidades das pessoas, que é o tratamento do efluente”, adiantou.
O autarca exemplificou que o concelho tem uma freguesia com 47 lugares, com uma “grande dispersão”, alguns “com três, quatro moradias”.
“Seria praticamente impossível estarmos a estender alguns quilómetros da rede de saneamento para abranger estas poucas edificações”, reconheceu.
Ricardo Santos garantiu que o município vai intensificar este serviço “em termos de volume de investimento e tentando preencher o máximo possível do território do concelho de Leiria”.
O concurso público para serviços de recolha e transporte a destino final de lamas não desidratadas e de efluentes de fossas séticas individuais no concelho, com um valor base de 739.950 euros sem IVA dividido em três lotes (zonas norte, sul e este) tem um prazo de execução de 12 meses.
O autarca adiantou que este é um concurso que vai ser novamente lançado nos anos seguintes.
“A nossa expectativa é, apesar de termos esta grande dispersão, continuar a fazer investimentos em redes de saneamento e, à medida que os anos vão passando, há de haver mais edifícios que estão ligados à rede de saneamento e, portanto, não há necessidade, se calhar, de, em próximos anos, fazermos tantos despejos como iremos fazer supostamente este ano”, acrescentou.