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Sociedade

Região de Leiria quer medidas de compensação por escolha de aeroporto para Alcochete

Em junho de 2023, a CIMRL defendeu a opção Santarém para a localização do futuro aeroporto internacional de Lisboa, que além de “bastante mais económica”, também “traria vantagens evidentes para a região Centro”.

O presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL), Gonçalo Lopes, defendeu hoje “medidas de compensação” face à escolha de Alcochete para o futuro aeroporto internacional do país, decisão que “prejudica bastante” este território.

“A Região de Leiria acha que deverão estar salvaguardadas medidas de compensação por aquilo que é a deslocação de um aeroporto para a margem sul do Tejo, o que significa para nós uma decisão que prejudica bastante aquilo que são as dinâmicas económicas, sociais e turísticas de uma região que tem enorme potencial”, afirmou Gonçalo Lopes.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou na terça-feira que o Governo aprovou a construção do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, com a denominação Aeroporto Luís de Camões, com vista à substituição integral do Aeroporto Humberto Delgado.

O executivo decidiu também mandatar a Infraestruturas de Portugal para concluir os estudos para a construção da Terceira Travessia do Tejo e da ligação ferroviária de alta velocidade Lisboa-Madrid.

Gonçalo Lopes, também presidente da Câmara de Leiria, frisou que as preocupações da CIMRL “deverão ser atendidas”, referindo a “manutenção do investimento na linha de alta velocidade e na fase em que a estação de Leiria se vai construir e que deverá ser acelerada e não ser comprometida” perante “esta nova prioridade de fazer a ligação Lisboa-Madrid”.

“Por outro lado, haverá a necessidade também de conseguirmos um conjunto de investimentos na área da mobilidade que aproxime a nossa região ao futuro aeroporto”, sublinhou o autarca, reiterando que a opção por Alcochete acarreta um “claro prejuízo” “em termos de tempo e custos” para pessoas que o vão utilizar.

Em junho de 2023, a CIMRL defendeu a opção Santarém para a localização do futuro aeroporto internacional de Lisboa, considerando que esta era a proposta “mais robusta”.

Gonçalo Lopes sustentou que esta localização, além de “bastante mais económica”, também “traria vantagens evidentes para a região Centro”.

Para o presidente da CIMRL, face ao anúncio do Governo, deve ter-se “muita atenção em não deixar que uma parte significativa da população portuguesa e de um território que está em franco crescimento e que necessita também de ser olhado com atenção por parte do Governo fique prejudicado e adiado o seu desenvolvimento, uma vez que os recursos financeiros afetos a este projeto irão, naturalmente, condicionar propostas e investimentos futuros no país”.

Numa nota de imprensa, a CIMRL fez saber que a decisão do Governo de localizar o novo aeroporto em Alcochete, bem como a definição como prioridade da futura linha de alta velocidade (LAV) Lisboa-Madrid “são opções que devem ser acompanhadas com projetos de reforço da mobilidade da Região Centro do país às novas infraestruturas”.

Neste aspeto, apontou a “antecipação da segunda fase do TGV Lisboa-Porto, do troço de ligação entre Soure, Leiria e Carregado (Lisboa), apenas projetada para iniciar os trabalhos depois de 2030”.

“Assumindo o Governo que o novo Aeroporto Luís de Camões, localizado no Campo de Tiro de Alcochete, entrará em pleno funcionamento em 2031-2034, deve na mesma data estar concluída a segunda fase projetada para o TGV, bem assim a respetiva ligação à LAV Lisboa-Madrid”, sustentou.

A CIMRL anunciou ainda que vai promover uma reunião das comunidades intermunicipais da Região Centro com o Governo, para avaliar “os impactos desta decisão para a coesão territorial e ao nível dos fluxos de desenvolvimento económico”, dado que a futura localização aeroportuária e a desativação total do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, “terão fortes consequências nas dinâmicas populacionais, turísticas e ao nível das empresas e emprego, o que exige uma urgente resposta da antecipação deste novo contexto e respetivos desequilíbrios regionais”.

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