Em 1827, a viajante inglesa Julia Pardoe visitou Portugal e também o Mosteiro da Batalha, antes deste ser extinto enquanto casa conventual, em 1834. Filha de um veterano da Guerra Peninsular, Julia Pardoe deixou publicado um testemunho bastante valioso para o conhecimento histórico do monumento e do uso que era feito dos espaços do mesmo.
A partir dos escritos da viajante, o Mosteiro da Batalha promove este sábado, 8 de junho (15h30) uma atividade de mediação cultural intitulada “Terror no Mosteiro da Batalha – Uma lenda escabrosa escrita por Julia Pardoe (1827)”.
A proposta, dirigida a maiores de 12 anos, desenvolve-se a partir da leitura comentada dos testemunhos de Julia, “uma mulher extraordinária para o seu tempo” e cujo olhar “transmite-nos o fascínio por este monumento onde ficou hospedada, bem como pelas gentes que habitavam dentro e ao redor do mesmo, tornando difusos os contornos entre as histórias e as lendas”, descreve o Serviço Educativo do Mosteiro. Em foco estará a lenda de Frei Lourenço, “o atraente sacristão de passado aventuroso e homicida, que, entre outros religiosos da Batalha, a acompanhou nas suas visitas ao Mosteiro, em 1827”.
Segundo Pedro Redol, técnico superior do Mosteiro, “é a insegurança, gerada sempre pela presença de criminosos, quer dentro do convento, quer fora dele, que cria as condições para a aventura de que a escritora é, afinal, a protagonista, num ambiente tipicamente gótico”, regista em artigo nos Cadernos de Estudos Leirienses.
A participação na visita comentada é gratuita, mas carece de inscrição até ao fim desta quinta-feira, 6 de junho, pelo e-mail do Serviço Educativo do Mosteiro, se.mbatalha@museusemonumentos.pt. O ponto de encontro é junto à bilheteira do monumento.