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Cartas ao diretor

Aroeira, o paraíso que desceu ao inferno

“Já aqui tenho casa há 20 anos e nunca vi nada como este ano de 2024”, descreve Pedro Sigalho, sobre a praga de moscas que assola a localidade.

Quem conhece a Aroeira, no extremo norte dos campos do Lis (concelho de Leiria), identifica o paraíso: barulho, o chilrear dos pássaros (pontualmente um F16 a passar), um cão a ladrar e pouco mais. À noite, consegue-se ver as estrelas no céu, identificar constelações, morcegos a voar, tudo o que só se vê na televisão e no cinema. Mas é real, acontece na Aroeira, povoação da freguesia de Monte Redondo.

Mas há duas lacunas neste paraíso: ainda não tem saneamento e, nesta altura do ano, sofremos com a praga de moscas, quando os campos do Lis são “adubados” por camiões cheios de dejetos que deixam um cheiro nauseabundo e verdadeiras nuvens de mosquedo. “Mas” dura uma semana e passa.

Já aqui tenho casa há 20 anos e nunca vi nada como este ano de 2024. A quantidade de moscas e o cheiro tornaram difícil viver aqui. Tão simples como isso. A praga de moscas é tal que os próprios animais se escondem debaixo de tudo os que os possa livrar dos insetos.

Não quero acusar ninguém, mas esta fase de adubo dos campos deveria ser cuidadosamente vigiada por quem de direito. Duvido muito que as regras estejam a ser cumpridas ou então deverá ser investigada a biologia e a proliferação destas moscas.

Concluindo, nestas duas últimas semanas, Aroeira desceu ao inferno.

Pedro Sigalho , Leiria

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