O primeiro doutoramento outorgado pelo Politécnico de Leiria arranca no próximo ano letivo, anunciou ontem a instituição, considerando este “mais um passo relevante” para a sua transformação em universidade.
Numa nota de imprensa, o Politécnico de Leiria (IPL) divulgou que o seu primeiro doutoramento foi acreditado pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, “pelo período de seis anos, o máximo que pode ser alcançado”.
“Trata-se do Doutoramento Internacional em Engenharia da Digitalização, promovido em parceria com a Technological University of the Shannon (Irlanda) e o Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA)”.
Segundo o Politécnico, “este será o primeiro doutoramento cujo grau será diretamente outorgado” pela instituição, “desencadeando, assim, mais um passo relevante para a transformação da instituição em universidade”.
Na nota de imprensa, lê-se que “o doutoramento em Engenharia da Digitalização pretende desenvolver o conhecimento nas novas tecnologias digitais aplicadas à automação de processos e serviços, como os sistemas ciberfísicos, de robótica, de inteligência artificial, de ‘Cloud’ e ‘IoT’, a tecnologia 5G (conectividade), assim como os sistemas energéticos sustentáveis e inteligentes, constituindo-se, no seu conjunto, como alicerces da transição digital na indústria e serviços”.
“O programa de doutoramento tem como objetivo capacitar a indústria e as entidades públicas com responsabilidades de gestão do território para o aproveitamento destas tecnologias digitais emergentes”, assinalou, salientando que “a participação de três instituições, de dois países distintos, permite uma maior mobilidade internacional dos estudantes, proporcionando uma visão abrangente e global das tecnologias de digitalização”.
O Politécnico esclareceu que a submissão deste doutoramento “surge no seguimento da aprovação, pela Assembleia da República, em fevereiro de 2023, das alterações à Lei de Bases do Sistema Educativo e do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior, que permite agora aos institutos politécnicos conferir o grau de doutor”.
Citado na nota de imprensa, o presidente do Politécnico de Leiria, Carlos Rabadão, referiu que o instituto tem “envidado esforços no sentido de organizar novos programas de doutoramento que respondam a desafios concretos da sociedade e da economia, visando contribuir para a inovação e para o desenvolvimento regional e nacional, e também internacional”.
O IPL está ainda a aguardar a decisão de autorização de funcionamento de dois outros programas doutorais, em Ciência de Dados para a Sustentabilidade, a ser realizado em parceria com a Universidade de Burgos (Espanha) e com o IPCA, e em Engenharia Sustentável de Produto e Processos, submetido recentemente para acreditação.
O Politécnico de Leiria possui atualmente um programa doutoral em Fabrico Digital Direto para as Indústrias dos Polímeros e Moldes, lecionado em associação com a Universidade do Minho, estando igualmente em funcionamento o doutoramento em Criação Artística, promovido em associação com a Universidade de Aveiro e o Instituto Politécnico do Porto.
“Relativamente ao doutoramento realizado em associação com a Universidade do Minho, está a decorrer o procedimento no sentido de nos permitir outorgar o grau de doutor autonomamente”, apontou Carlos Rabadão, realçando que com esta nova oferta de cursos de doutoramento, o Politécnico de Leiria permite que “estudantes de diversas regiões possam obter qualificações avançadas sem a necessidade de se deslocarem para as grandes universidades metropolitanas”.
Por outro lado, esta expansão “permitirá valorizar os talentos locais e dinamizar o tecido empresarial regional”, referiu ainda.