A criação de um organismo semelhante às Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) para reforçar a proteção aos idosos foi sugerida na passada semana pelo presidente da Câmara de Faro ao Governo.
“[Um organismo] Com estatuto nacional, cuja missão fosse a de proteger os mais velhos, cada vez mais abandonados, cada vez mais explorados”, acrescentou Rogério Bacalhau, no decorrer de uma seminário sobre violência. Citado pela Lusa, o autarca aponta como grande vantagem das CPCJ a realização de “um trabalho de acompanhamento e de mediação” com as famílias no sentido de melhorar as situações”.
Quando as coisas não funcionam” é possível o recurso, em última instância, aos tribunais, acrescentou, considerando que este é um dos aspetos que falta no acompanhamento dos idosos.
“Muitas vezes os filhos e os familiares tratam mal as pessoas, ficando-lhes com a reforma e a pessoa passando mal. É preciso ter aqui uma autoridade que, de alguma forma, force a que isto não aconteça”, vincou.
A secretária de Estado da Ação Social e da Inclusão referiu que a sugestão merecerá reflexão no âmbito dos trabalhos de criação do Estatuto do Idoso, cujo anteprojeto o Governo está neste momento a preparar, e que tem por objetivo “consagrar um conjunto de princípios fundamentais relativamente aos idosos e à sua autonomia”.
“Não podemos nunca aceitar situações em que, por exemplo, um idoso fica num hospital porque não tem para onde ir. Apesar de já não ter necessidade de cuidados de saúde, não tem uma retaguarda, não tem quem o vá buscar. Temos de estar na primeira linha da solução e proteger [os idosos], porque isto é uma forma de violência”, salientou Clara Marques Mendes.