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Cultura

Nascentes. A aldeia das Fontes enche-se de mundo até domingo

Até domingo, dia 7, há muitas propostas no laboratório para o futuro que é o festival que acontece na aldeia onde nasce o rio Lis.

“O mundo precisa de mais mundo” e por isso Nascentes convoca uma parte considerável e inspirada dele. Na aldeia onde nasce o Lis vão estar artistas da Turquia, Coreia do Sul, Iémen, Pais Basco, África do Sul ou até da Síria, como é o caso de Rizam Said (na foto), conhecido como “rei dos teclados”. O músico que há três meses atuou no famoso projeto Boiler Room, em Berlim, já esteve em Portugal no Festival de Sines e no Festival Islâmico de Mértola. Sábado, por volta da meia noite, fecha a festa nas Fontes

“O mundo precisa de mais amor e, possivelmente, encontrará uma boa parte dele nas Fontes e nos seus filhos”, lê-se no Facebook de Nascentes. Que o mundo está um sítio (cada vez mais) perigoso, ninguém duvida. Mas nem tudo são más notícias: há quem não baixe os braços e procure soluções para contrariar o pessimismo. Em Leiria moram exemplos dessa reação e Nascentes, na aldeia onde nasce o Lis, na freguesia das Cortes, é um deles. A começar, logo, pela reflexão que perpassa na divulgação do próprio festival, que se inspira a listar o que precisa o mundo. Sorrisos, tempo, acessibilidade, cuidado, caminhos, dedicação, entendimento, elogios, melodias, carinho ou amor – há muitos “remédios” a aplicar. É nas Fontes que, até domingo, dia 7, Nascentes promete ganhar forma de laboratório para outro futuro.

A preocupação com quem está e quem vem é assumida desde a primeira edição. Isso percebe-se, por exemplo, no envolvimento da população local nos divertidos teasers que divulgados nas últimas semanas. Este ano, uma das novidades para quem vem é o Mapa de Acessibilidade, onde constam nove sítios fundamentais para circular, com indicação do tipo de piso (terra batida, alcatrão, calçada) e um índice de inclinação para lá chegar.

Quanto à programação, depois do primeiro dia de ontem, quarta-feira, em que se ouviu nova música dos 5ª Punkada servida com vozes do Coro das Fontes e ainda o novo disco de Samuel Martins Coelho, acelera-se calmamente até domingo com muitas propostas.

Pelos diversos espaços da aldeia das Fontes, onde “ainda existe tempo” e “ainda existe uma comunidade de ternura”, Nascentes saltita do Palco Rio à Horta da D. Maria dos Anjos, da Nascente do Lis à Adega do Luís, passando por outros sítios que convocam a hospitalidade e paisagem local no acolhimento de público e artistas. E este ano são muitos e diversos. Catorze projetos e criadores de 18 nacionalidades chegam a esta localidade de Leiria oriundos de Cabo Verde, Iémen, Coreia do Sul ou Colômbia.

Esta quinta-feira, dia 4, as coreanas Haepaary atuam na Casa da Lisete, abrindo o segundo dia às 19h30. Depois há Insan Insan no largo da Capela e O. na Adega do Luís. Na sexta, promete-se Prato Verde na Eira da D. Lúcia às 19h30, La Tremenda Sonora na Nascente e dj set a fechar a noite.

No sábado e domingo, entre jogos, passeios, desafios, concertos, lançamentos ou piqueniques há muitas dezenas de propostas. São tantas que o melhor mesmo é espreitá-las em www.nascentes.pt.

Com entrada livre em todas as atividades, esperam-se muitos visitantes nas Fontes por estes dias, para um festival em que se celebra a “música, arte e cultura” mas também, sobretudo, “a força da entreajuda e o poder de estarmos juntos”. Porque, recorda a organização, “sozinhos podemos ir mais rápido, mas juntos vamos mais longe”.

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