O músico Salvador Sobral estreia-se no cinema como um dos atores do novo filme do realizador João Nicolau, que começou a ser rodado na semana passada em Castanheira de Pera.
“A providência e a guitarra” é uma longa-metragem que tem como inspiração o conto homónimo de Robert Louis Stevenson (1850-1894), nascido em Edimburgo, um dos mais reconhecidos escritores britânicos do século XIX.
O elenco, que além de Salvador Sobral conta com os atores Pedro Inês e Clara Riedenstein nos principais papéis, tem estado no Carriçal, pequena povoação de Castanheira de Pêra. Segundo a agência Lusa, as filmagens decorrem ali até ao início de agosto, devendo terminar na zona de Lisboa.
Com produção de O Som e a Fúria, o filme é apresentado como “um mergulho nas agruras e deleites da vida artística e uma exploração das suas consequências” nas relações conjugais e sociais.
Um casal de artistas ambulantes, Léon (Pedro Inês) e Elvira Berthelini (Clara Riedenstein), que ganha a vida a atuar em tabernas e cafés, chega à vila de Covarronca para realizar o seu espetáculo de variedades.
Num enredo marcado por sucessivas peripécias, surge em paralelo, na atualidade, “uma promissora banda de rock” que “entra em declínio motivado pelas divergências pessoais e artísticas” no seio do grupo.
Nestas circunstâncias adversas, o duo acaba por conhecer um jovem finalista da Universidade de Cambridge, Stubbs (Salvador Sobral), que os ajuda a procurar abrigo. A participação em “A Providência e a Guitarra” é a estreia do compositor na área do cinema.
“Eu tinha sempre este ‘bichinho’”, afirmou Salvador Sobral, citado pela Lusa. A oportunidade surgiu quando o realizador João Nicolau o convidou para entrar no novo filme.
“A minha participação está a ser um choque de humildade brutal”, confessou o cantor e compositor. A nova experiência “não tem nada a ver” com o seu trabalho em palco ou em estúdio dos últimos anos.
“Estou a divertir-me muito. Aqui, sou mais uma personagem que tem de se adaptar ao bem maior”, explicou. No papel que interpretada, Stubbs, ironicamente, “não gosto de música”.