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Saúde

Trabalhadores do SUCH do Centro exigem melhor salário e novo Acordo de Empresa

Vários trabalhadores fizeram greve hoje à entrada do Hospital Santo André, em Leiria.

Foto: STIHTRSC

Sessenta por cento dos trabalhadores do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) da região Centro estão hoje em greve e exigem um novo Acordo de Empresa (AE) e melhores salários e condições laborais.

“O que está aqui em causa foi a posição da empresa [SUCH] no processo negocial, em que foram fechadas negociações com dois sindicatos que não representam trabalhadores, sindicatos da UGT [União Geral de Trabalhadores], deixando de fora a maior federação dos sindicatos da CGTP [Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses], que sempre negociou com a empresa, que representa a sua esmagadora maioria dos trabalhadores”, revelou hoje António Baião, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares (STIHTRSC).

O dirigente sindical falava aos jornalistas na entrada do Hospital da Universidade de Coimbra (HUC), local onde os trabalhadores se reuniram hoje de manhã.

Vários trabalhadores do Hospital Santo André, em Leiria, também se manifestaram hoje, às 12h30, na entrada do hospital. Aos trabalhadores do SUCH juntaram-se funcionários da lavandaria, rouparia,  resíduos e manutenção.

“Nesse texto que assinou com os sindicatos da UGT, [a empresa] quer aplicar a retirada de direitos, horários concentrados, horários de 12 horas, bancos de horas, retirar o domingo como dia de descanso semanal aos trabalhadores das lavandarias”, assim como o não pagamento dos feriados e a sua substituição por um dia de descanso escolhido pela empresa, contextualizou António Baião.

Portanto, “um conjunto de questões que estão no Acordo de Empresa, que a UGT cedeu”.

“A empresa conseguiu que eles assinassem isso e nós estamos contra”.

Segundo António Baião, a “grande preocupação” é em relação aos novos trabalhadores, que terão contratos individuais de trabalho, com a indicação “AE da UGT”.

“Aos trabalhadores nossos sindicalizados não podem aplicar e aos trabalhadores que aderiram – a esmagadora maioria, felizmente – ao nosso Acordo de Empresa também não vão poder aplicar, mas às novas contratações” sim.

Outras questões exigidas pelos trabalhadores incluem um aumento salarial de 60 euros (até aos mil euros), subsídio de risco para todos os trabalhadores e uma segunda diuturnidade.

“A empresa não tem reconhecido a antiguidade dos trabalhadores e para se fixar mais trabalhadores nestes setores precisa de respeitar a antiguidade e dar, neste momento, dez euros a quem tem dez anos, nós queríamos pelo menos que os 20 anos tivessem mais dez euros, não era nada do outro mundo”, sublinhou à Lusa.

Entre os pontos trazidos pelos trabalhadores, configura-se ainda o facto de o SUCH pertencer aos hospitais públicos, onde vigora o regime de 35 horais semanais, mas a empresa recusa este regime e outros benefícios que são direitos dos trabalhadores da administração pública, refere a moção entregue hoje pelo sindicato aos presentes na manifestação.

Além disso, “há algumas unidades em que os trabalhadores têm só 30 minutos de refeição e não se podem ausentar: se não se podem ausentar nesse tempo, que muitas vezes é até interrompido, devia contar como tempo efetivo de serviço; nós estamos nesta luta com a empresa há muito tempo”.

António Baião afirmou que 60% dos trabalhadores do SUCH da região Centro aderiram a greve, que dura um dia, e 30% foram indicados para os serviços mínimos, sendo que apenas 10% estarão a trabalhar sem ter exercido o seu direito a greve.

“Houve uma grande adesão à greve, sobretudo no setor da alimentação, em todos os hospitais de Coimbra: Pediátrico, Maternidade, Sobral Cid, Covões, ocasionando inclusive uma grande dificuldade para cumprir os serviços mínimos, que estão a ser respeitados”, sublinhou.

Em abril, os trabalhadores do SUCH de Coimbra realizaram uma greve para reivindicar aumentos salariais e melhores condições de trabalho, numa altura em que a empresa “unilateralmente deixou de aceitar continuar as negociações”, alegando que “o sindicato não estava a aceitar um conjunto imposições”, explicou, naquele momento, António Baião.

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