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Cultura

Café literário com António Barreto lembrou encerramento da Livraria 107

É terrível ver fechar uma livraria, afirmou hoje António Barreto, confessando-se comovido por ser o último orador de um ‘Café Literário’ promovido pela Loja 107, uma emblemática livraria de Caldas da Rainha, obrigada a encerrar por dificuldades financeiras.

É terrível ver fechar uma livraria, afirmou hoje António Barreto, confessando-se comovido por ser o último orador de um ‘Café Literário’ promovido pela Loja 107, uma emblemática livraria de Caldas da Rainha, obrigada a encerrar por dificuldades financeiras.

“Estou ligeiramente comovido com esta visita, porque é terrível ver fechar uma livraria”, afirmou António Barreto no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha onde hoje foi o orador convidado do ‘Café Literário’ promovido pela Loja 107.

António Barreto lamentou o fecho da livraria, que no final de Setembro sucumbiu às dificuldades financeiras, depois de ter sido a mais emblemática livraria da cidade onde ficou conhecida pelo slogan “35 anos a partilhar leituras” .

Pela mão da livreira Isabel Castanheira a loja, que se assumiu como “ponto de encontro em torno dos livros”, ficou célebre também pelos ‘cafés literários’ que levaram à cidade dezenas de autores.

Em dia de despedida dos cafés literários, António Barreto escolheu para tema de conversa a crise que o país e a Europa atravessam, reafirmando muitas das ideias que divulgou no Porto, durante o debate “As Finanças Públicas e o Estado Social num mundo globalizado”, no âmbito do ciclo Grandes Debates do Regime.

Mas antes, o sociólogo, confessou-se ele próprio rendido ao poder das grandes superfícies para fomentar a venda de livros, apesar da “pena” de ver os portugueses afastados das livrarias que considera “locais especiais”.

“Noventa por cento dos portugueses não entraram numa livraria nos últimos anos” afirmou, aludindo a um estudo de mercado que consultou recentemente, quando se preparava para editar uma colecção de pequenos livros.

Números que acabaram por convencer o sociólogo a optar por colocar a coleção à venda numa grande superfície e cuja decisão fez disparar o número de vendas.

“A minha ideia era publicar três mil exemplares a nove ou 10 euros mas acabámos por fazer 25 mil exemplares, a três euros e, num ano, vendemos 240 livros”, admitiu.

“Se não conseguimos levar as pessoas aos livros”, defende, “temos que levar os livros às pessoas e elas estão nos supermercados”, concluiu António Barreto.

Uma mudança de paradigma que ditou o fecho da livraria e levou Isabel Castanheira a fechar, também ela “um livro imaginário” cujas páginas “foram escritas ao longo de 35 anos” e que tem “o nome de 107″.

Sem” falsas modéstias” pelos prémios que a atividade livreira lhe valeram, Isabel Castanheira voltou hoje “a última página” da obra, que apesar da mágoa de não conseguir competir com as grandes superfícies, diz ser um livro “encadernado, com inscrições a ouro na lombada e que ocupa um lugar digno na história da minha cidade”.

 

 

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