Oficinas, um recital, acolhimentos e uma nova produção marcam a programação do Teatro da Rainha para o mês de setembro, entre digressões e sessões de poesia na sala estúdio da companhia das Caldas da Rainha.
A companhia inicia este mês os trabalhos para uma nova peça de Martin Crimp, intitulada “Na República da Felicidade”, que será levada à cena no final do ano, com tradução de Isabel Lopes e encenação de Fernando Mora Ramos.
A companhia anunciou ontem tratar-se de uma coprodução do Teatro da Rainha com o Teatro Nacional São João, no Porto, e o Centro Cultural e de Congressos (CCC) das Caldas da Rainha, no distrito de Leiria, que resultará “numa peça com ressonâncias formais de ‘A Divina Comédia’”, de Dante, em que Crimp “satiriza a contemporaneidade a partir de um olhar crítico sobre a instituição familiar”.
A peça com estreia agendada para 22 de novembro, no Teatro Carlos Alberto, no Porto, será posteriormente apresentada no CCC, nas Caldas da Rainha (a 6 dezembro), mostrando ao público que “Inferno, Purgatório e Paraíso são três momentos distintos para um desfile de auto-obsessões, sonhos delirantes, fixações, frustrações, lugares-comuns e ideias feitas num mundo submetido à tirania do ego”, pode ler-se na súmula divulgada pelo Teatro da Rainha.
A programação de setembro da companhia das Caldas da Rainha arrancou esta segunda-feira com uma oficina subordinada ao tema “Jogo do Ator” e que contará, até ao dia 8, com o professor Jean-Pierre Ryngaert.
Professor emérito de Estudos Teatrais na Universidade de Paris III, Ryngaert é um pedagogo na área teatral que tem refletido sobre dramaturgia contemporânea.
Da programação da companhia consta, no dia 7, o recital “Versos para Fagote: Drummond e Mignone”. Na sala estúdio, o ator João Pedro Fagerlande e o fagotista Aloysio Fagerlande “propõem uma noite dedicada à poesia de Carlos Drummond de Andrade e à música de Francisco Mignone”.
Ainda no domínio da poesia seguir-se-á, no dia 17, mais uma sessão do ciclo “Diga 33 – Poesia no Teatro”, tendo como convidado o poeta Zetho Cunha Gonçalves.
No que respeita a digressões o Teatro da Rainha leva a Vila Real duas récitas de “Cenas de Fim de Boca”, espetáculo escrito por Fernando Mora Ramos.
Já no que concerne a acolhimentos, setembro abre as portas da sala estúdio a “O Juiz da Beira”, uma farsa de Gil Vicente, numa encenação de Nuno Carinhas para o Teatro das Beiras.
O Teatro da Rainha é uma companhia residente nas Caldas da Rainha, tem desenvolvido produções em Évora, Coimbra, Lisboa e Porto, além de digressões nacionais e internacionais e de um desenvolvimento de um projeto de produção teatral em Maputo, Moçambique.