Os três suspeitos de assaltarem duas ourivesarias em Fátima, detidos na quarta-feira na Ponte 25 de Abril após perseguição policial na sequência de um dos roubos, vão aguardar o desenvolvimento do inquérito em prisão preventiva, foi hoje anunciado.
Segundo o Conselho Superior da Magistratura (CSM), o grupo foi hoje presente a primeiro interrogatório judicial no Juízo de Instrução Criminal de Santarém, após a sua detenção “em quase flagrante delito”, tendo sido “considerada fortemente indiciada a prática, por todos os arguidos, em coautoria material e concurso real”, de dois crimes de roubo agravado e um crime de detenção de arma proibida.
“Mais foi indiciada a prática por apenas um dos arguidos de dois crimes de condução sem habilitação legal”, adiantou o CSM, referindo que se entendeu existir, quanto a todos, “os perigos de fuga, perturbação do inquérito ou da instrução da causa, continuação da atividade criminosa e perturbação grave da ordem e tranquilidade públicas”.
Consequentemente, foi determinada a medida de coação de prisão preventiva, acrescentou o CSM.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve na quarta-feira três homens suspeitos de assaltos a ourivesarias em Fátima, numa operação de perseguição e detenção que obrigou ao encerramento do trânsito na Ponte 25 de Abril.
De acordo com uma nota publicada na página da Internet da PJ, “no âmbito das diligências de investigação realizadas pelo Departamento de Investigação Criminal de Leiria, foi possível identificar e localizar os suspeitos, residentes na Margem Sul”.
Os três homens foram intercetados à entrada do tabuleiro da Ponte 25 de Abril (que liga Lisboa a Almada) e, durante a perseguição, os suspeitos acabaram por abandonar a viatura e fugiram apeados, tendo sido depois detidos.
No mesmo dia, o diretor do Departamento de Investigação Criminal de Leiria da PJ admitiu que o grupo possa ter cometido mais assaltos além de dois roubos a ourivesarias em Fátima.
“Acreditamos que, considerando a mobilidade desta gente, poderá haver mais assaltos noutras latitudes do território nacional”, declarou à Lusa Avelino Lima.
Avelino Lima adiantou que dos detidos, todos portugueses e sem profissão conhecida, um tem 19 anos e os outros dois 24. Estes últimos “têm antecedentes criminais, precisamente, por este tipo de crime, assaltos à mão armada e, inclusive, a ourivesarias”.
A investigação que levou à detenção dos suspeitos começou após um primeiro assalto, em 28 de agosto, também a uma ourivesaria na cidade de Fátima, sendo que a atuação naquela data foi “muito similar” à de quarta-feira.
Nos dois casos, são milhares de euros em artigos que foram roubados, referiu este responsável da PJ, explicando que no caso do primeiro assalto o processo identificativo das peças já consta nos autos, “com o respetivo valor comercial”.
No segundo, “foi tudo recuperado”, pelo que a empresa recuperará os artigos, mas antes serão “objeto de identificação e de avaliação”, esclareceu.
Nos dois crimes, além de uma arma de fogo, recuperada no dia detenção e que se encontrava municiada, foi utilizado um martelo “para partir montras”, sendo que tudo indica que dois dos elementos concretizaram o assalto no interior dos estabelecimentos enquanto um terceiro aguardava numa viatura, prosseguiu.
“Desde que a investigação passou a iniciar-se, com o primeiro assalto, foi todo feito um trabalho de recolha de informação”, explicou Avelino Lima, exemplificando com “vigilância, acompanhamento, monitorização”, pelo que “todo este conhecimento ajuda a antecipar até acontecimentos”.
O diretor adiantou que a PJ tinha nesse dia o dispositivo montado e, “a partir do momento em que é sinalizada a presença da viatura, acontecendo o que aconteceu”, o grupo de suspeitos foi acompanhado “e, logo que houve condições de segurança”, detido.
Avelino Lima disse esperar que a PJ tenha “cessado a atividade deste grupo”, que classificou como perigoso e com uma capacidade operacional muito grande.