O que influencia a escolha de um cão, qual a educação que o animal deve ter e que ritmos e actividades devem ser seguidos são alguns dos temas abordados por Nicole Gil, no livro “Finalmente compreendo o meu cão”.
A autora, com ligações a Leiria, onde anualmente visita alguns familiares, pretende “sensibilizar os donos de cães para as necessidades dos seus companheiros caninos”. Entende que a relação homem-cão já superou a ideia “eu quero um animal para me guardar a casa e tenho-o preso a uma corrente”, existindo uma maior preocupação por parte dos donos. Aulas de obediência (para cães e para donos), alimentação mais cuidada, actividades no exterior, exercícios ou castigos são algumas das áreas onde este relacionamento melhorou, revela.
“Treinar o cão significa interagir com ele, passar tempo com ele, fortalecer a ligação, aprender mais sobre o nosso amigo de quatro patas. O treino é divertido e a educação deve ser isso, e não apenas mais uma preocupação para sermos capazes de controlar o cão”, explica.
Uma das primeiras regras a seguir, segundo Nicole Gil, “é pensar como um cão”. Segue-se a repetição de acções e meses de treino contínuo, estabelecer pequenas metas, não reagir de cabeça quente, perante um comportamento indesejável, utilizar recompensas eficazmente e, por último, observar e compreender o animal.
No final, o resultado vai agradar às duas partes, refere. Ao dono que tem um animal obediente, educado e ágil, vai ser mais fácil lidar com ele. E ao cão que sente que tem alguém a seu lado que “o compreende”. “O trabalho que faço diariamente com cães e donos tem como fim prevenir problemas que podem ser o motivo de um cão ir parar ao canil ou ser abandonado. O objectivo é evitar tal atitude”, conclui a treinadora e terapeuta de comportamento canino.
Marina Guerra
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