O presidente do Politécnico de Leiria, Carlos Rabadão, alertou para a necessidade de se criarem linhas de financiamento específicas para a requalificação ou construção de instalações desportivas nas instituições de ensino superior.
“Para criar mais incentivos à prática desportiva e melhorar as condições dos nossos estudantes-atletas, assim como da comunidade académica em geral, é necessário existirem linhas de financiamento específicas, que possam contribuir para a requalificação ou construção de instalações desportivas nas instituições de ensino superior”, reivindicou Carlos Rabadão, durante as II Jornadas Healthy Campus, citado num comunicado enviado ontem às redações.
Durante a sua intervenção no evento, que decorreu na sexta-feira na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, em Peniche, o presidente do Politécnico de Leiria considerou que a existência de linhas de financiamento “seria uma mais-valia, que se aplicaria igualmente ao reforço da qualidade da oferta formativa existente na área do desporto”.
O secretário de Estado do Desporto respondeu que o desafio lançado pelo presidente da instituição de Leiria é “legítimo, mas não deveria acontecer”.
“Não deveria ser possível, no nosso país, construir escolas onde as instituições de ensino superior se integram, sem considerar instalações desportivas. Se não permitíssemos a construção de instituições de ensino superior ou escolas sem contemplarem as instalações desportivas ou outras instalações fundamentais para o funcionamento das instituições, não haveria este tema”, constatou Pedro Dias, também citado na nota de imprensa.
A promoção das II Jornadas Healthy Campus do Politécnico de Leiria teve como objetivo a divulgação do trabalho desenvolvido no âmbito do programa Healthy Campus, da Federação Internacional de Desporto Universitário (FISU), que visa melhorar todos os aspetos do bem-estar dos estudantes e da comunidade académica em geral, procurando inverter a tendência dos jovens em comprometerem a sua saúde durante a vida académica.
“Em 2020/2021, o Politécnico de Leiria lançou-se no desafio de submeter a sua candidatura ao programa, tendo atingido a certificação Platina, o grau máximo de cinco níveis de desempenho definidos pela FISU. Fomos, inclusive, a primeira instituição de ensino superior politécnica a garantir a certificação ‘Healthy Campus’, vendo assim reconhecida a estratégia institucional promotora de qualidade de vida e do bem-estar da comunidade académica”, recordou Carlos Rabadão.
O Politécnico de Leiria viu, já este ano, ser renovada a certificação, no seguimento de uma auditoria da FISU e da avaliação do cumprimento dos parâmetros estabelecidos no projeto, relacionados com o desenvolvimento de programas de excelência nas áreas da atividade física e desporto, nutrição, prevenção de doenças, saúde mental e social, prevenção dos comportamentos de risco, ambiente, sustentabilidade e responsabilidade social.
Carlos Rabadão sublinhou ainda a integração da instituição no projeto-piloto UAARESuperior – Unidade de Apoio ao Alto Rendimento no Ensino Superior, que procura facilitar a conciliação entre a carreira desportiva e o desempenho académico dos estudantes-atletas de alto rendimento e de alta competição.