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Sociedade

Morreu o sociólogo, etnógrafo e etnólogo Moises Espírito Santo

Natural da Rebolaria, na Batalha, o investigador é recordado pela “tenacidade, dedicação e conhecimento” e pelo gosto de partilhar o saber e desafiar o pensamento.

O município da Batalha destaca o “exemplo de tenacidade, dedicação e conhecimento”. O Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais (CICS) da Universidade Nova de Lisboa realça o “papel fundamental na formação de novas gerações de sociólogos”. Quem o conhecia recorda a singular relação com a existência e a paixão pelo conhecimento – e, também, o entusiamo com que o transmitia. Moisés Espírito Santo, natural da Rebolaria, na Batalha, morreu na sexta-feira, dia 24 de janeiro, aos 90 anos.

Sociólogo, etnógrafo e etnólogo, fez carreira académica em França, onde se refugiou e se manteve como emigrante no pós-25 de Abril, entre 1963 e 1981. Formou-se em Sociologia Rural na École de Hautes Études en Sciences Sociales (Sorbonne), doutorando-se depois em Sociologia das Religiões.

Em França foi também um dos responsáveis pela fundação das primeiras associações de emigrantes portugueses. Esteve ligado a cerca de cinco dezenas de agremiações de emigrantes e desertores portugueses e à Liga Portuguesa do Ensino e da Cultura Popular.

No regresso a Portugal, foi um dos responsáveis pela introdução e desenvolvimento da Sociologia Rural e Sociologia das Religiões no país. Lecionou várias vertentes dessas áreas de conhecimento, e ainda da Etno-Sociologia das Sociedades Mediterrânicas e da Sociologia do Quotidiano, terminando a carreira como professor catedrático jubilado da Universidade Nova de Lisboa.

É também autor de algumas polémicas edições, uma das quais “Os Mouros Fatimidas e as Aparições de Fátima”, lançado em 1995. Os livros que lançou estão disponíveis para download aqui.

A Câmara Municipal da Batalha manifesta “profundo pesar” pelo falecimento de Moisés Espírito Santo, enquanto o Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais (CICS) da Universidade Nova de Lisboa considera que “a sua partida deixa um vazio imenso na nossa comunidade académica e científica”.

“Mas o seu legado permanecerá vivo em cada um de nós e em todo o trabalho que ele dedicou à sua paixão pela Sociologia”, lê-se na nota de pesar divulgada ontem, assinada pela investigadora Dalila Cerejo.

O CICS Nova promete manter vivo “o seu legado, guiado pela sua paixão pela Sociologia e pelo seu exemplo de compromisso com a ciência e com o conhecimento”. 

“Como sociólogo, etnógrafo e etnólogo, foi pioneiro na integração da Sociologia Rural e da Sociologia das Religiões no ensino superior e autor de várias obras, deixando um imenso legado nestas disciplinas, sendo um exemplo de tenacidade, dedicação e conhecimento”, realça o município da Batalha.

“Despede-se da vida com 90 anos, sendo uma referência nacional de elevado prestígio académico”, acrescenta-se na informação divulgada pela autarquia.

Já o CICS Nova, através de Dalila Cerejo, lembra que Moisés Espírito Santo, “como colega e professor, era uma figura respeitada, sempre disposto a partilhar o seu vasto conhecimento, a desafiar o pensamento dos outros e a inspirar os seus alunos a pensar de forma crítica e criativa”.

“O seu compromisso com a excelência académica, com o rigor e a ética, deixou uma marca indelével em todos nós”, considera a investigadora, na nota de pesar.

Moisés Espírito Santo “era alguém que acreditava profundamente na capacidade transformadora da ciência e do conhecimento” e “o seu trabalho continuará a ser uma fonte de inspiração para todos aqueles que, como ele, buscam entender e transformar a sociedade”, conclui.

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