Conheceram-se quase todos no Rockin’1000, concentraram-se no WhatsApp, voltaram a palco em formato jam em Leiria, no Paddock, e estreiam quatro bandas distintas este sábado, dia 15 de março, no bar I Love Beer, em Fátima. Vinte e dois músicos que estiveram na primeira edição do Rockin’1000 no Estádio de Leiria formam os Vintage Rockers, Paradox, Taming Titans e Barrakuda, bandas de covers herdeiras da autodenominada “Maior banda de rock do mundo”.
A comunidade intitulada Rock Legacy Jam Friends formou-se logo depois do evento realizado a 14 de setembro de 2024 e foi juntando cerca de meia centena de músicos de toda a região, de Peniche até Coimbra, explica Bruno Pinto, um dos integrantes e porta voz do grupo:
“Somos todos músicos, alguns profissionais – músicos ou professores -, outros mais amadores e já ligados ao espetáculo. Conhecemo-nos no Rockin’1000 quase todos e criamos um grupo de amizades entre todos”. Depois do evento surgiu a ideia de tocarem “nas casas mais emblemáticas da região” e correu bem. “No Paddock foi casa cheia e a noite mais rentável em nove anos”, conta Bruno Pinto, que toca “alguma guitarra”, e está entre os não-profissionais.
Foi então, explica, que decidiram tornar a coisa mais profissional e organizarem-se de forma diferente. “É mais fácil ensaiar quatro ou cinco pessoas do que 22”. Assim nasceram as quatro bandas que juntam 22 músicos dos mais de 40 da comunidade. Tocam covers dos anos 70, 80 e 90, mas cada uma ter a sua personalidade:
“Por exemplo, nos Vintage Rockers [de que faz parte Bruno Pinto] tocamos rock comercial mais antigo, rock motard – os temas intemporais que ficaram para sempre. Os Barrakuda também são da nossa onda. Os Taming Titans já têm uma onda mais rock metal, mais pesado. E os Paradox é mais rock comercial, talvez com os temas mais recentes, anos 90 e 2000, sempre dentro do espectro do rock”.
A ideia é começar a entrar no circuito de bandas da zona, “para já regionalmente”, atuando em bares, festas de aldeia, “e talvez na Feira de Maio”, em Leiria.
Este sábado, 15 de março, na estreia esperam “encher a casa” e fazer “com que as pessoas se divirtam, dancem, cantem, aplaudam e interajam connosco”.
“Não queremos ser uma banda que está a tocar baixinho para as pessoas beberem um copo e falarem entre elas. Queremos que seja mesmo um concerto em que as pessoas vibrem connosco”, deseja Bruno Pinto, que esclarece que as quatro bandas não se formaram “pelo dinheiro”.
Todos têm outras atividades profissionais e os quatro projetos surgem porque “temos uma cumplicidade entre nós, divertimo-nos com o que fazermos”.
“Os nossos cachés são para investimento, para marketing, para jantaradas entre todos, para comprar instrumentos e equipamentos de som. Fazemos isto por amor à música e por gostarmos de estar juntos. É esta vibração que tentamos e gostamos de passar para o público. Estamos a contar que amanhã seja mais uma noite memorável”, antecipa o porta-voz e guitarrista.
O objetivo dos membros da comunidade Rock Legacy Jam Friends é regressar ao Rockin’100, novamente agendado para Leiria, para o dia 6 de setembro.
A confirmação sobre a aceitação só chega no dia 1 de agosto, mas Bruno Pinto reconhece alguma insatisfação com o novo modelo criado pela organização, que dá prioridade aos músicos que dá prioridade a músicos que pagam uma anuidade.
“Há um formato diferente em que há uma membership anual que garante o acesso. Entre todos falámos e só duas pessoas pagaram. Combinámos quase todos não pagar, não pelos 90 euros anuais, mas porque não achámos correto. Da outra vez foi uma experiência de uma vida, mas teve muitos custos para cada um de nós e a única coisa que tivemos de volta foi a experiência – o que só por si já chegava – e uma sandes e um sumo… Todos tiveram custos e estarmos ainda a pagar… Não nos parece lógico”, afirma.
Contudo, a experiência em 2024 no Rockin’1000 foi especial e por isso gostavam de voltar. “O que fizemos em Portugal foi mágico e foi muito diferente de outros. Leiria é o berço do rock das bandas portuguesa e existe aqui uma atmosfera artística que mexe connosco, que gostamos disto”, concluiu.